Dados da Secretaria de Segurança Pública do Pará foram apresentados no Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em Belém. Garimpeiros invadiram aldeia na TI Munduruku e queimaram casas de indígenas.
Coletivo de audiovisual do povo Munduruku
O Pará teve 474 indígenas e quilombolas vítimas de crimes entre 2017 e 2022, segundo levantamento da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup).
Os dados sobre as violências socioambientais foram apresentados durante o 17º Fórum Brasileiro de Segurança Pública, realizado em Belém até esta quinta-feira (22).
O evento discute estratégias e inovações para combater a violência, principalmente na Amazônia.
Aiala Colares, coordenador do Observatório de Segurança do Pará, afirma que “nos últimos anos o Pará teve avanço desenfreado da extração ilegal de ouro, bem como ações de extração de madeira ilegal contrabandeada, atingindo diretamente territórios indígenas e territórios de comunidades quilombolas”.
“O objetivo central do fórum é justamente mostrar como esses dados podem construir projetos que possam vir a contribuir com a justiça social e com políticas de segurança que possam, de certa forma, atender às demandas dessas comunidades”.
Encontro em Belém discute estratégias e inovações de combate à violência
Outro assunto levantado nas discussões foi a sobreposição de crimes ambientais na região amazônica, como detalha o diretor presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima.
“O dinheiro no narcotráfico é lavado nos garimpos que, por sua vez, ajuda a comprar mais drogas, armas. As drogas então começam a passar pelo Brasil junto às madeiras que são desmatadas ilegalmente. Temos aí uma sobreposição de crimes ambientais”.
Para Lima, a ideia do fórum é promover “a troca a fim melhorar a política pública, aperfeiçoá-la, ajudando a interpretar como deve ser a atuação em uma comunidade tradicional ou no centro de uma cidade como Belém”.
O encontro tem participação de mais de 1.200 pessoas. Dividas em mesas de debates, as discussões envolvem o cenário atual da violência, propondo soluções viáveis.
São profissionais de segurança pública, gestores públicos, pesquisadores e representantes da sociedade civil, pensando juntos em como dar fim à violência.
“Segurança é um direito fundamental e universal, então não basta só pensar no crime, tem que pensar na prevenção, na repressão qualificada, na ampliação e preservação da vida e da cidadania”, afirma Lima.
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