Com 13 prefeitos, direita amplia domínio nas capitais brasileiras em 2024

Com seis prefeitos a mais do que em 2020, os partidos de direita viram seu domínio ampliar nas capitais brasileiras em 2024. Os partidos de centro perderam uma capital. Mas o maior revés foi da esquerda: das seis prefeituras em capitais conquistadas nas eleições passadas, os partidos obtiveram apenas duas cadeiras no pleito deste ano.

Aracaju (SE) foi uma das capitais brasileiras onde a direita ‘roubou’ o posto da esquerda, com Emília Correa (PL) vencendo no segundo turno – Foto: Campanha Emília Correa/Reprodução/ND
Um levantamento feito pelo ND Mais mostra as mudanças de fluxo nas capitais brasileiras. Para classificar as correntes ideológicas de cada partido, consideramos:
Direita: PL, União Brasil, Republicanos, Podemos e PP;
Esquerda: PSOL, PDT, PSB e Cidadania;
Centro: PSD, MDB e Avante.
Direita x esquerda x centro: quem levou a melhor nas capitais brasileiras
Com 13 prefeitos, os partidos de direita conquistaram metade das capitais brasileiras, em relação às seis cadeiras em 2020. Em seguida vem o centro, que saiu de doze para onze prefeituras. A esquerda, que tinha seis, perdeu quatro, ficando com apenas duas neste ano.
Direita:
Aracaju (SE) – Emília Correa (PL);
Campo Grande (MS) – Adriane Lopes (PP);
Cuiabá (MT) – Abilio Brunini (PL);
Goiânia (GO) – Sandro Mabel (União);
João Pessoa (PB) – Cícero Lucena (PP);
Maceió (AL) – João Henrique Caldas (PL);
Natal (RN) – Paulinho Freire (União);
Palmas (TO) – Eduardo Siqueira Campos (Podemos);
Porto Velho (RO) – Léo Moraes (Podemos);
Rio Branco (AC) – Tião Bocalom (PL);
Salvador (BA) – Bruno Reis (União);
Teresina (PI) – Silvio Mendes (União);
Vitória (ES) – Lorenzo Pazolini (Republicanos);
Total: 13 prefeitos (50%).

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Direita reelegeu candidatos em João Pessoa e Rio Branco – Reprodução/ND

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Direita reelegeu candidatos em Salvador e Vitória – Reprodução/ND

Centro:
Belém (PA) – Igor Normando (MDB);
Belo Horizonte (MG) – Fuad Noman (PSD);
Boa Vista (RR) – Arthur Henrique (MDB);
Curitiba (PR) – Eduardo Pimentel (PSD);
Florianópolis (SC) – Topázio Neto (PSD);
Macapá (AP) – Antônio Furlan (MDB);
Manaus (AM) – David Almeida (Avante);
Porto Alegre (RS) –  Sebastião Melo (MDB);
Rio de Janeiro (RJ) – Eduardo Paes (PSD);
São Luís (MA) – Eduardo Braide (PSD);
São Paulo (SP) – Ricardo Nunes (MDB);
Total: 11 prefeitos (42,3%).
Esquerda:
Fortaleza (CE) – Evandro Leitão (PT);
Recife (PE) – João Campos (PSB);
Total: 2 prefeitos (7,7%).
Mudanças de corrente
Esquerda perde quatro capitais, mas mantém duas
Nenhuma das capitais brasileiras onde a direita ou o centro ganhou em 2020 teve um vencedor da esquerda em 2024. Por outro lado, em quatro capitais a esquerda perdeu a prefeitura, sendo duas para o centro e duas para a direita.
João Henrique Caldas, o JHC, pulou da esquerda em 2020 para a direita em 2024 – Foto: Seco Maceió/Reprodução/ND
Os casos curiosos são de Antônio Furlan, em Macapá, e João Henrique Caldas, em Maceió. Enquanto o prefeito macapaense saiu da esquerda (Cidadania) para o centro (MDB), o maceioense saiu da esquerda (PSB) para a direita (PL).
Aracaju (SE): de Edvaldo (PDT) para Emília Correa (PL);
Belém (PA): de Edmilson Rodrigues (PSOL) para Igor Normando (MDB);
Macapá (AP): Antônio Furlan do Cidadania para o MDB;
Maceió (AL): João Henrique Caldas do PSB para o PL.
As duas capitais brasileiras onde a esquerda ganhou em 2024 já eram comandadas pelos partidos do espectro em 2020:
Fortaleza (CE): José Sarto (PDT) para Evandro Leitão (PT);
Recife (PE): João Campos (PSB) reeleito.
João Campos foi reeleito com 78,11% em Recife – Foto: PSB/Divulgação/ND
Direita perde quatro capitais, mas ganhas outras nove
Quatro capitais brasileiras foram perdidas pela direita. O DEM, que tinha dois prefeitos em 2020, tornou-se União Brasil em 2022. Nesse processo de mudança, os dois prefeitos do partido “pularam do barco” e filiaram-se ao PSD no mesmo ano, indo para o centro.
Curitiba (PR): de Rafael Greca (DEM) para Eduardo Pimentel (PSD);
Florianópolis (SC): Gean Loureiro (DEM) para Topázio Neto (PSD);
Rio de Janeiro (RJ): Eduardo Paes do DEM para o PSD;
São Luís (MA): Eduardo Braide do Podemos para o MDB.
Em Curitiba, Florianópolis e Rio de Janeiro, PSD ‘roubou’ o lugar do DEM (atual União Brasil) – Foto: Reprodução/ND
Outras quatro capitais foram mantidas pela direita, todas por reeleição:
João Pessoa (PB), com Cícero Lucena (PP);
Rio Branco (AC), com Tião Bocalom (PP);
Salvador (BA), com Bruno Reis (União);
Vitória (ES), com Lorenzo Pazolini (PP).
Por outro lado, nove capitais brasileiras tiveram a direita tomando o lugar onde não havia ganho em 2020:
Aracaju (SE): de Edvaldo (PDT) para Emília Correa (PL);
Campo Grande (MS): de Marquinhos Trad (PSD) para Adriane Lopes (PP);
Cuiabá (MT): de Emanuel Pinheiro (MDB) para Abilio Brunini (PL);
Goiânia (GO): de Maguito Vilela (MDB) para Sandro Mabel (União);
Maceió (AL): João Henrique Caldas do PSB para o PL;
Natal (RN): de Álvaro Dias (PSDB) para Paulinho Freire (União);
Palmas (TO): de Cinthia Ribeiro (PSDB) para Eduardo Siqueira Campos (Podemos);
Porto Velho (RO): de Hildon Chaves (PSDB) para Léo Moraes (Podemos);
Teresina (PI): de Dr. Pessoa (MDB) para Silvio Mendes (União).
Centro mantém cinco capitais e conquista outras quatro
As cinco capitais brasileiras onde os partidos de centro mantiveram suas cadeiras foram:
Belo Horizonte (MG): de Alexandre Kalil (PSD) para Fuad Noman (PSD);
Boa Vista (RR): Arthur Henrique (MDB) reeleito;
Manaus (AM): David Almeida (Avante) reeleito;
Porto Alegre (RS): Sebastião Melo (MDB) reeleito;
São Paulo (SP): de Bruno Covas (PSDB) para Ricardo Nunes (MDB).
Ricardo Nunes (MDB) garantiu uma cadeira para o centro na maior cidade do país – Foto: Richard Lourenço/Rede Câmara/ND
Outras seis capitais brasileiras que não viram o centro vencer em 2020, mas viram em 2024, foram:
Belém (PA): de Edmilson Rodrigues (PSOL) para Igor Normando (MDB);
Curitiba (PR): de Ricardo Greca (DEM) para Eduardo Pimentel (PSD);
Florianópolis (SC): de Gean Loureiro (DEM) para Topázio Neto (PSD);
Macapá (AP): Antônio Furlan do Cidadania para o MDB;
Rio de Janeiro (RJ): Eduardo Paes do DEM para o PSD;
São Luís (MA): Eduardo Braide do Podemos para o MDB.

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