Caso Marielle: 5 anos após prisão, suspeitos de assassinato vão a júri popular

Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz prestam depoimento ao STF sobre morte de Marielle FrancoAgência Brasil

Cinco anos após a prisão, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz vão a júri popular na próxima quarta-feira (30) pelo assassinato de Marielle Franco (PSOL). Os réus confessos terão um julgamento por videoconferência a partir do presídio, e a audiência começa às 9h no 4º Tribunal do Júri do Rio.

Ao todo, durante esta semana, serão ouvidas nove testemunhas; a principal delas é a Fernanda Chaves, assessora que estava no carro no momento do tiroteio (Marielle e o motorista morreram, e ela sobreviveu). O julgamento deve durar dois dias.

Além dela, subirão no banco Marcelo Pasqualetti, agente federal, e Guilhermo de Paula Machado Catramby, da PF. Anteriormente, os dois conversaram sobre uma aparente falta de investigação da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) sobre crimes com envolvimento de milícias. As audiências anteriores foram sobre a ação penal de apuração do Supremo Tribunal Federal (STF).

Das nove testemunhas, sete foram chamadas pelo Ministério Público estadual, sendo elas a assessora Fernanda Chaves; a viúva de Anderson, Ágatha Reis; a mãe de Marielle, Marinete da Silva; a viúva da vereadora, Monica Benício; uma perita criminal; e dois agentes da Polícia Civil. As outras são da defesa de Lessa; Élcio de Queiroz não tem testemunhas.

Prisão de Lessa e Élcio de Queiroz

Os réus foram presos em março de 2019, cerca de um ano após a morte de Marielle. As acusações são: duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima) e tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves.

A partir do momento que os dois colaboram em depoimento, os advogados esperam uma pena diminuída. Saulo Augusto Carvalho, advogado de Lessa, disse:

”O empenho no último ano dos órgãos de investigação, somado à colaboração de Ronnie Lessa na elucidação do caso, esclareceu as dúvidas que pairavam nesses longos seis anos de investigação: Quem matou Marielle e Anderson e quem mandou matar? Em decorrência disso, espera-se a condenação de um réu confesso, mas de uma forma justa, considerando todo seu esclarecimento sobre os fatos desde a motivação até o cometimento do crime”

Motivos do crime

Lessa, na delação, chegou a expor os possíveis motivos para o crime, que seria grilagem de terra na Zona Oeste do Rio. Um projeto de lei que a vereadora votou contra, então, incentivou o crime. 

Élcio, por sua vez, acusou Lessa de realizar os tiros contra o carro enquanto ele diria. A advogada dele disse: “Élcio está colaborando com a Justiça em busca de redenção, assumindo a responsabilidade por suas ações e revelando a verdade, como forma de reparar o dano causado. Como sua advogada, meu papel é garantir que ele seja julgado com base nos princípios fundamentais da legalidade e da proporcionalidade, assegurando que sua verdadeira intenção e o contexto de sua participação sejam plenamente considerados.”

Adicionar aos favoritos o Link permanente.