Evento catarinense debate mulheres na política com representantes de destaque

Comac-SC reunirá mulheres de diversos cargos políticos para debater a relevância da igualdade de gênero e a participação feminina nos espaços do poder público – Foto: Divulgação
A presença feminina nas decisões políticas pode contribuir para uma sociedade mais justa. Sabendo disso, no dia 7 de novembro, o maior congresso municipalista de Santa Catarina (Comac-SC) vai trazer à tona o debate sobre mulheres na política.
Essa discussão se mostra ainda mais relevante em um momento onde a representatividade da mulher nas diferentes esferas de poder é um desafio para a construção de políticas públicas mais representativas e equitativas.
O debate reunirá especialistas e autoridades que compartilharão experiências e estratégias para superar as barreiras que as mulheres enfrentam no campo político e social. As participantes discutirão como a inclusão de mulheres na política pode transformar o cenário político e impulsionar iniciativas de igualdade de gênero.
A troca de ideias e a criação de uma rede de apoio são passos importantes para fortalecer o papel feminino no debate político. A visibilidade de mulheres atuantes desencadeia um ciclo positivo, incentivando mais mulheres a buscarem posições de liderança.
O papel da mulher na política de Santa Catarina e no país
A gestão atual do governo catarinense destaca-se pela representatividade feminina. Várias mulheres ocupam cargos de liderança, incluindo secretárias de estado.
Com mais da metade dos servidores ativos sendo mulheres, aproximadamente 35 mil atuam em diversas áreas, como informa o governo catarinense. As secretarias que abrigam maior número de servidoras são a de educação e a de saúde, com 76% e 72%, respectivamente.
A vice-governadora Marilisa Boehm simboliza essa liderança, tendo criado a primeira delegacia da mulher em Joinville. A secretária-geral de Governo, Danieli Porporatti, também está no rol da participação feminina em áreas estratégicas para garantir avanço na política.
Por outro lado, embora haja 39 prefeitas entre os 295 municípios do Estado, o número ainda é limitado se comparado à quantidade de homens na política. Segundo Marina Helou, deputada estadual de SP, nas eleições municipais de 2024, a presença de mulheres na política teve um avanço significativo. Foram eleitas 717 prefeitas, o que representa um aumento de 9% em comparação a 2020.
Nas câmaras municipais, o número de vereadoras cresceu em 13%, totalizando 1.232 novas representantes. Contudo, apesar desse progresso, o país ainda enfrenta obstáculos.
As mulheres representam 51% da população e, de acordo com dados da Câmara dos Deputados, das 58,3 mil vagas para vereadores nas eleições do primeiro turno deste ano, 10,6 mil, ou seja, 18,24%, foram ocupadas por mulheres. Os homens lideram com representatividade de 82% para este cargo.
Essa tendência também está presente em outros países. Segundo as Nações Unidas, apenas 27 países são liderados por uma mulher, um aumento tímido em relação a apenas 18 países há uma década, e 107 países nunca tiveram uma líder mulher.
Figuras de destaque: prefeitas, vereadoras e vice-prefeitas
O espaço político feminino no Comac-SC será representado por várias figuras relevantes. Entre elas, Caroline de Toni é deputada federal e se destaca como a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Ela estará no debate do maior congresso municipalista catarinense.
O Movimento das Mulheres Municipalistas, fundado por Tânia Ziulkoski, é um exemplo de mobilização para aumentar a participação de mulheres em cargos políticos. Ziulkoski também participará do debate sobre mulheres na política.
Marcilei Vignatti, vereadora de Chapecó e presidente da Uvesc, vai palestrar no evento que busca reconhecer a importância da representatividade feminina na política. Carmen Zanotto, enfermeira e prefeita eleita de Lages, também vai contribuir para as discussões que visam aumentar a visibilidade das mulheres na política.
Importância das mulheres na política
As mulheres na política desempenham um papel significativo na promoção da diversidade e da representatividade. Essa participação pode levar a uma maior consideração de questões que afetam a vida de outras mulheres e da sociedade como um todo.
A presença de mulheres em cargos de liderança tende a resultar em políticas mais inclusivas. Elas trazem perspectivas únicas que podem influenciar a criação de leis e iniciativas sociais.
Além disso, a representação feminina na política encoraja outras mulheres a se envolverem em espaços de decisão para buscarem melhorias sociais.
Com uma política mais equilibrada em termos da presença feminina em relação à masculina, a sociedade se torna mais propícia a enfrentar os desafios contemporâneos. A participação das mulheres na política é um passo importante em direção a um futuro que reconheça os problemas que muitas mulheres enfrentam na sociedade.
Desafios enfrentados por mulheres no cenário político atual
As mulheres na política enfrentam diversos desafios que podem limitar sua participação. Um dos principais obstáculos é a subrepresentação. Muitas vezes, elas ocupam uma porcentagem reduzida dos cargos políticos, tanto em níveis locais quanto nacionais.
Outro desafio significativo é o preconceito de gênero. Esse preconceito pode se manifestar de várias formas, incluindo falta de apoio nos espaços decisórios. Esse cenário pode desencorajar mulheres a se candidatarem a cargos ou a permanecer na política.
Além disso, as mulheres frequentemente enfrentam dificuldades em conciliar responsabilidades pessoais e profissionais. Muitas vezes, a expectativa de cuidar da família recai desproporcionalmente sobre o sexo feminino. Essa pressão pode limitar o tempo e a energia disponíveis para se dedicar à vida pública.
A cultura política de algumas regiões ainda tende a ser bastante conservadora, o que dificulta a aceitação de mulheres em cargos de liderança. Esses fatores juntos criam um ambiente desafiador para as mulheres na política.
Por que precisamos de mais mulheres em cargos políticos
A presença de mulheres na política traz diversas contribuições importantes. Antes de tudo, a diversidade de gênero resulta em decisões mais representativas e que refletem a sociedade como um todo.
Quando elas ocupam espaços de poder e exercem liderança, podem desafiar estereótipos e promover mudanças culturais. Aumentar a participação feminina em cargos políticos também tem um impacto positivo na governança. Organizações que contam com diversidade de gênero tendem a ser mais inclusivas.
Caminhos para aumentar a representatividade feminina na política
Aumentar a representatividade feminina na política requer diversas estratégias. A promoção da educação e a conscientização sobre a importância da participação das mulheres na política é importante para fomentar a formação de futuras líderes.
A implementação de políticas de cotas de gênero também é uma estratégia eficaz, pois garante um percentual mínimo de candidaturas femininas nas eleições, contribuindo para um equilíbrio na representação.
Para se ter uma ideia, o Observatório Nacional da Mulher na Política, vinculado à Câmara dos Deputados, constatou que, nas eleições deste ano, os partidos políticos não respeitaram a cota mínima de candidaturas femininas em 700 municípios.
Conforme a legislação vigente, é obrigação de cada partido assegurar que, no mínimo, 30% das candidaturas para a Câmara dos Deputados, assembleias legislativas e câmaras municipais sejam ocupadas por mulheres, como informa a Rádio Senado.
Comac-SC e a relevância no contexto catarinense
Comac-SC debate mulheres na política com representantes de destaque – Foto: Divulgação
O Comac-SC busca promover um papel ativo na promoção da presença feminina na administração pública catarinense. O evento vai trazer ao debate o incentivo à criação de políticas que garantam maior participação de mulheres em cargos de decisão para, assim, contribuir para a superação de barreiras enfrentadas por mulheres na política.
Além disso, o COMAC fomenta a integração entre diferentes setores da administração pública. Isso gera um espaço de diálogo que promove a transparência e a colaboração nas decisões que afetam a comunidade catarinense.
A Federação de Consórcios, Associações de Municípios e Municípios – Federação Catarinense (FECAM) é a entidade que organiza o Comac-SC.  Essa interação propicia um espaço para troca de experiências e a formação de redes que vão colaborar para o debate sobre mulheres na política. As iniciativas conjuntas buscam sensibilizar a população e a comunidade sobre a importância da igualdade de gênero nas esferas de poder.
Para saber mais sobre a Fecam, visite o site oficial e as redes sociais.

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