Obras de arte produzidas por usuários assistidos do CIIR estão em exposição aberta ao público

Até quinta-feira (29), cerca de 30 peças estarão expostas em frente ao auditório do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém. Cauã Mendonça, diagnosticado com autismo, apresenta ao público suas produções na exposição “Arte Visual”, em Belém
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A exposição “Arte Visual” reúne 30 produções feitas por reabilitandos assistidos pelo Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação, o CIIR, com sede em Belém. A mostra vai até quinta-feira (29) no saguão de entrada do auditório da instituição.
As produções são o resultado das atividades que envolvem desenho e pintura em telas ou papel, as quais são expostas ao público a cada três meses.
“Artes Visuais” segue até quinta-feira no CIIR, em Belém
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A atividade iniciou em 2019, com o professor de arte visual, Eduardo de Oliveira, que pontua a importância das obras no acompanhamento do reabilitando.
“A arte estimula o lado físico e cognitivo para proporcionar mais confiança para expor os seus sentimos, simultaneamente, ajudando a expressar por meio de desenhos e pinturas”.
Para o profissional, a pintura potencializa a visão de mundo do usuário. “Aqui na exposição, temos dois tipos: as temáticas livre e fechada. A primeira é escolhido qualquer tema. A segunda tem uma obra definida, como por exemplo, uma pintura que retrata as férias, período em que iremos vivenciar”.
Alguns usuários não conseguem realizar a comunicação por meio da fala no início do acompanhamento no Centro de Reabilitação, é neste momento que a Arte estimula o desenvolvimento do reabilitando.
“Instigamos os usuários a sempre se expressarem, por mais que às vezes, não consigamos interpretar todos, mas de alguma maneira, vamos reconhecendo o que eles querem dizer por meio da pintura e do desenho”, observou.
Usuários do CIIR, em Belém, se expressarem através do desenho e da pintura
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Um dos suportes nessa interação é a pintura abstrata. Segundo o professor, “o aluno vai imprimindo os seus sentimentos fugindo da forma que a gente cria do cotidiano, ou seja, nós temos formas de visão de mundo e acaba produzindo algo totalmente sentimental, porque está livre para produzir qualquer temática. Em alguns diagnósticos de reabilitandos, é interessante ser trabalhado essa questão da livre expressão para justamente ficarem mais à vontade. É um modo de exorcizar os sentimentos bons e ruins, nas memórias afetivas”.
Acompanhado de sua mãe, um dos artistas na exposição, Cauã Mendonça, de 13 anos, diagnosticado com autismo, produziu a obra intitulada “Planeta” porque utilizou as cores frias que mais o agrada que são o verde e o azul. Claudiany Mendonça, de 42 anos, pontua a “Exposição de Arte Visual” como um estopim para o desenvolvimento intelectual de Cauã, além de estimular na interação social.
“Quando iniciou a prática, ele era muito tímido, não tinha concentração e, em paralelo às terapias, a arte visual foi estimulando as mudanças de comportamento. Inclusive, o Cauã relutou para entrar na atividade. Mas, hoje, com insistência minha incentivando-o para praticar a arte, deu resultado; ele interage mais com as pessoas, nos estudos, assimila mais os conteúdos e, sobretudo, expressa seus sentimentos por meio da arte, um meio no qual os autistas facilitam a comunicação”, salienta a mãe.
A arte estimula o lado físico e cognitivo dos usuários do CIIR, em Belém
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O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de Saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).
O Centro funciona na rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. Mais informações: (91) 4042.2157 / 58 / 59.
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