Animal sofreu descarga elétrica e está debilitada. Músico resgata ave silvestre, procura órgãos e não consegue atendimento
O músico Júnior Guimarães, em Belém, resgatou uma ave silvestre encontrada perto da casa onde mora. O animal está machucado e precisando de cuidados. Ele afirma que já procurou vários órgãos, mas nenhum recebeu a ave, que corre risco de morte.
O animal foi resgatado há uma semana, na quarta-feira (28), e divide espaço e atenção com a cadela Fanny e a coruja Gata. A ave tinha recebido uma descarga elétrica em um poste de iluminação na frente da casa de Júnior.
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Com penas azuis, bico vermelho e uma mancha azul clara na testa, a beleza da ave encantou a vizinhança. De acordo com a bióloga Mariana Tolentino, o animal é da espécie frango da água azul ou galinha d’água, pode ter chegado ao local em busca de calor e altas temperaturas. Ela explica que trata-se de uma ave migratória.
No dia seguinte ao resgate, Júnior relata que iniciou a busca por ajuda em vários órgãos ambientais de Belém com a ave que está com uma das patas machucada, e sem condições de voo.
No lar provisório, a ave ganhou uma caixa, água fresca e alimentação baseada em frutas e minhocas. Apesar da convivência em harmonia com os demais animais da casa, o principal objetivo de Júnior é que ela possa voltar ao habitat.
O que dizem os órgãos
O Museu Paraense Emílio Goeldi informou, em nota, que comunicou no mês de junho a todos os órgãos ambientais, do Estado e Município, que devido à decretação do estado de emergência sanitária, provocado pela ocorrência no Brasil do vírus da gripe aviária H5N5.
Por isso, o museu disse que não receberá aves selvagens pelo período de seis meses.
Já o Parque Zoobotânico também disse que tem responsabilidade com a saúde dos animais que são protegidos no local, assim como com a saúde da equipe que trata da fauna e da flora, além dos visitantes.
A Secretaria de Meio Ambiente de Belém informou que é responsável pelas áreas verdes públicas da capital, como o Bosque Rodrigues Alves, e que animais resgatados devem ser encaminhados aos cuidados da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).
Em nota, o Comando Militar do Norte do Exército Brasileiro informou que não há registro de atendimento quanto à demanda no 2º Batalhão de Infantaria de Selva, o 2º Bis. Entretanto, o CMN reforçou que o Exército Brasileiro não recebe animais silvestres sem autorização prévia do órgão ambiental competente.
Já o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) disse que o resgate de animais silvestres presentes em ambientes urbanos é feito pelo Batalhão Ambiental da Polícia Militar, pelo Corpo de Bombeiros e pelos órgãos ambientais.
O Ibama disse ainda que é acionado quando o resgate apresenta maior complexidade, como no caso de grandes felinos.
O órgão ambiental também disse que os animais resgatados são encaminhados aos centros de triagem de animais silvestres para tratamento, recuperação e reabilitação para que sejam recuperadas as condições físicas e comportamentais necessárias ao retorno à natureza.
A reportagem também solicitou nota da Semas, mas ainda não havia obtido resposta até a última atualização da reportagem.
Música percorre órgãos ambientais e não consegue entregar ave silvestre resgatada em Belém
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