Agressões teriam começado a mando de uma delegada em Bagres, segundo testemunhas. Mulheres são agredidas por servidor municipal do Pará
As duas mulheres presas após serem agredidas por um homem em Bagre, cidade paraense na Ilha do Marajó, na madrugada deste sábado (8) foram soltas. Segundo a família, a última presa foi liberada na noite de domingo (9).
O caso ocorreu em uma festa no balneário da Praia da Costa, por volta de 3h da madrugada de sábado. Testemunhas informaram ao g1 que as agressões começaram a mando da delegada do município. Parentes de uma das mulheres agredidas alegam que ela voltou a ser agredida quando estava detida.
O homem que filmou a cena também foi detido, já quando estava em casa. Ele foi liberado por volta das 12h de domingo. O celular dele segue com a polícia, segundo o advogado Eder Tayller, que informou que nesta segunda-feira (10) agendaria reuniões para tratar sobre o caso.
“Até noite de domingo, não foi informado se meu cliente está sendo acusado de algo, mesmo tendo ficado 10 horas detido na delegacia, incomunicável e interrogado ilegalmente e ainda não devolveram o seu celular”, reclamou.
A PC informou que afastou a delegada lotada na unidade policial das funções e instaurou procedimento para apurar a conduta da servidora. No entanto, no domingo, moradores da cidade informaram que ela continuava nas funções.
O agressor foi identificado como Adriano Silva, conhecido como Gol, servidor municipal, cedido para trabalhar na delegacia local atuando como carcereiro. O g1 não conseguiu contato com a defesa dele. Segundo a polícia, ele foi preso, mas parentes das mulheres detidas contestam a informação.
O que aconteceu
O carcereiro aparece discutindo com uma das vítimas no vídeo. Então, outra mulher tenta defendê-la e é empurrada por Gol no chão. Ela se levanta e o empurra, e recebe um tapa no rosto. A delegada e o marido aparecem no vídeo assistindo e depois se afastando da confusão.
Uma das mulheres, segundo a Polícia Civil, foi presa por ter ameaçado a delegada. Sobre a outra, a razão da prisão não foi informada.
O homem que filmou a cena foi detido em casa, segundo o advogado Eder Tayller. “Os policiais entraram em sua residência e o agrediram, sem mandado judicial e à noite, sendo que meu cliente não apresentava nenhum risco, o que é vedado. Na abordagem estavam a delegada, dois policiais e dois falsos policiais. Vou solicitar explicações da delegada e requerer a devolução do celular apreendido ilegalmente. Se queriam o vídeo em que aparecem agredindo a moça, iremos disponibilizar em juízo, simples assim”, diz o advogado.
O g1 procurou a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) para saber detalhes sobre o caso e não obteve retorno.
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