Barco que naufragou no Combu era clandestino e piloto não tinha habilitação, afirma Marinha


Bebê de 6 meses morreu e três pessoas estão desaparecidas. Bombeiros fazem buscas. O barco que naufragou no Combu e deixou um bebê morto e pessoas desaparecidas, em Belém, era clandestino. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (10), em coletiva de imprensa da Marinha do Brasil. O homem que pilotava a rabeta também não tinha habilitação.
A embarcação de pequeno porte transportava nove pessoas da mesma família e afundou no início da noite de domingo (9) no rio Guamá, a travessia entre a ilha do Combu e a parte continental de Belém, segundo a Marinha. Três pessoas desapareceram e os demais ocupantes do barco sobreviveram. A Polícia Civil (PC) confirmou que um inquérito foi aberto para apurar o acidente.
De acordo com a Marinha, os passageiros e piloto não usavam colete salva-vidas. A Prefeitura de Belém informou que que a rabeta não pertencia à cooperativa cadastrada pela Semob. Ainda de acordo com a prefeitura, até o momento a Defesa Civil Municipal não foi acionada pelo Ciop, da Secretaria de Segurança do Pará.
Familiar fala sobre aflição por informação de desaparecidos após naufrágio
Luto
Familiares buscam respostas e informações. Uma deles é Maria Barbosa, tia que lamentou a morte do pequeno Marcos João, que, segundo ela, estava completando seis meses de vida no dia do acidente.
“Estava fazendo seis meses e faleceu, na UPA. Foi (um domingo) de tristeza”, relatou Maria em entrevista à TV Liberal – veja no vídeo acima.
Maria Barbosa à esquerda, e Marcos João à direita.
Reprodução / TV Liberal
A família informou que velório de Marcos ocorre nesta segunda (10), na igreja Assembleia de Deus da comunidade Caripunas Beira Mar, no Jurunas, em Belém.
A ilha do Combu é um dos locais mais procurados por moradores e turistas, principalmente no fim de semana, e é acessível apenas de barco.
Três pessoas desaparecem em naufrágio no Rio Guamá
Nesta segunda-feira (10), os bombeiros realizam buscas a três desaparecidos. O Corpo de Bombeiros localizou um corpo na baía do Guajará, próximo a orla de Belém, mas não confirmou a identidade e se seria um dos desaparecidos no naufrágio. A Polícia Científica foi acionada.
Aflita, Maria Barbosa estava no porto do açaí em busca de informações. O local seria o destino final da embarcação.
“Queremos saber o que está acontecendo, porque ninguém fala nada […] Estamos muito preocupados, já perdemos sobrinho. Desde ontem estamos aflitos. Ninguém quer dormir preocupado com isso”, afirmou.
Segundo Maria, essa era a segunda vez que os familiares iam ao Combu. “Era o segundo domingo, só. Eles não estavam acostumados a fazer isso”, pontuou.
O naufrágio
Barco naufragou na travessia entre a ilha do Combu e a parte continental de Belém.
TV Globo/Reprodução
O bebê Marcos João chegou a ser socorrido, mas morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Jurunas, segundo familiares.
“Uma equipe de busca e salvamento da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR) está no local para averiguar o ocorrido”, informou a Marinha em nota, sem repassar detalhes sobre vítimas e idades dos desaparecidos.
O Corpo de Bombeiros Militar do Pará comunicou que foi acionado ainda domingo (9) para atender a ocorrência. Ao chegar ao local, mergulhadores da corporação iniciaram as buscas aos desaparecidos, que foram retomadas no início da manhã desta segunda (10), conforme a corporação.
A rabeta, como são chamados os barcos de pequeno porte, seria particular e não pertencia à cooperativa cadastrada pela Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), que faz o trajeto com passageiros de Belém-Combu, informou a prefeitura da capital.
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