Famílias de universitários e veterinário mortos em acidente cobram prisão de bombeiro que teria provocado colisão no Pará


Indiciado, cabo dos bombeiros segue trabalhando. Famílias assinaram documentos pedindo que ele seja processado o quanto antes. Médico veterinário André Mendonça (E) e os estudantes de medicina veterinária Taina Beckman, Camille Monteiro e João Andrade Costa morreram em acidente na Alça Viária, no Pará.
TV Liberal/Reprodução/Montagem g1
Os familiares de três estudantes universitários e de um médico veterinário mortos em um acidente na Alça Viária cobram a prisão do bombeiro suspeito de ter provocado a colisão. Eles realizaram um ato no domingo (7) pedindo justiça e assinaram um caderno cobrando agilidade no processo. As assinaturas serão entregues à promotoria de Justiça responsável pelo caso.
As vítimas foram o médico veterinário André Augusto do Nascimento Mendonça, de 37 anos; e os estudantes de medicina veterinária aina Oliveira Beckman, de 23. Camille Samara da Silva Monteiro, de 24, e João Lucas da Graça Andrade Costa, de 23 anos – imagem acima.
“Ela ia se formar final deste ano. A gente estava se preparando para o baile, jantar, formatura, ela já estava pensando no mestrado. Era uma pessoa pró-ativa, tinha uma alma de luz para os amigos, para os animais que ela cuidava. É muito difícil”, Rejane Monteiro, mãe de Tainá.
As quatro vítimas morreram após o carro em que estavam bater em um caminhão nem 16 de fevereiro, no quilômetro 56 da rodovia PA-483, conhecida como Alça Viária, em Barcarena, município distante 60 km de Belém. A suspeita é que a caminhonete conduzida pelo bombeiro tenha provocado o acidente. Na tentativa de desviar da caminhonete, o carro com os universitário capotou e bateu na carreta.
O cabo do Corpo de Bombeiros, Kleyfer Paula Nogueira, que dirigia uma caminhonete, foi indiciado pela possível responsabilização do acidente. Ele estava com uma caminhonete cedida pela Secretaria de Meio Ambiente do estado.
Famílias das vitimas do acidente na Alça Viária pedem prisão de bombeiro por justiça
“Até agora não houve nenhuma ação. Ele continua trabalhando, o Corpo de bombeiros não se pronuncia, a Secretaria de Meio Ambiente não se pronuncia. A gente está pedindo que haja realmente a prisão e que esse processo seja iniciado logo na questão judicial”, afirma Jeane Costa, mãe de João Lucas.
O grupo universitário era da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e estava indo a uma fazenda para realização de trabalho acadêmico em Abaetetuba. A viagem era feita com frequência por eles de ônibus, mas naquele dia optaram por ir de carro para transporte de equipamentos veterinários.
Falta de socorro
Após o acidente, o bombeiro se apresentou na delegacia. Ele seguia em direção a Belém. No primeiro depoimento na delegacia, ele alegou que dirigir dentro do limite permitido e que teria feito ultrapassagem de duas carretas e um carro de passeio de forma segura. Mas a perícia teria apontado o contrário, segundo as famílias das vítimas.
“Ele infringiu a lei de trânsito, fazendo ultrapassagem em local que , segundo a pericia policial, é expressamente proibido””, diz a mãe de Tainá.
Os familiares questionam ainda a falta de socorro que não teria sido prestada pelo bombeiro. Ele ainda estaria com outros da corporação no carro. “Como bombeiro, ele é treinado para ver sinais vitais e, segundo as testemunhas, ele não fez isso de aberiguar se ainda havia sinais vitais. Diz que foi buscar socorro e na delegacia dizer que prestou todos os socorros”, diz ainda Rejane Monteiro
“Ele disse que conseguia sinal de celular e que ia pedir ajuda. Só que tinham três bombeiros no carro. Por que ninguém ficou ali? Saíram os três. Quanto retornaram, já foi direto para a delegacia para fazer um depoimento falso”, alega Jeane Costa, mãe de João Lucas.
O motorista foi autuado por homicídio doloso, quando há intenção de matar. A polícia pediu a prisão preventiva dele. O inquérito foi concluído e remetido à Justiça.
O Corpo de bombeiros informou que o processo segue os trâmites da Justiça e que até o momento, não foi notificada oficialmente sobre o caso. O Ministério Público não se manifestou sobre o caso e a reportagem não conseguiu contato com a defesa do bombeiro.
Perto do primeiro dia das mães sem os filhos, as famílias estão na expectativa de que o processo seja iniciado logo.
“A gente tem que acreditar na Justiça dos homens. Eu acredito e tudo que a gente fizer será dentro da legalidade. O maior ato púbico será que ele seja punido pelo crime que ele cometeu”‘, diz a mãe de João Lucas.
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