Familiares de mortos em naufrágio no Pará procuram por testemunhas para dar continuidade a processo


Muitas pessoas não foram identificadas, sendo adiado o julgamento pelo Ministério Público por falta de documentos das vítimas e sobreviventes. 23 pessoas morreram no naufrágio. Naufrágio em Cotijuba
Divulgação / Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social
Familiares dos 23 mortos no naufrágio de Cotijuba, na ilha de Belém, estão em busca de mais testemunhas e sobreviventes para depor durante audiência de instrução e julgamento do condutor da embarcação Dona Lourdes II, Marcos de Souza Oliveira. Caso completou 8 meses nesta semana.
Na última terça-feira (2), o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) decidiu adiar a audiência por conta da falta de documentos das vítimas e dos sobreviventes, alegando que não havia como o processo dar continuidade sem identificação das pessoas presentes no ocorrido.
Um grupo familiares das vítimas do naufrágio tem realizado um trabalho pessoal de catalogar mais informações e achar novas pessoas que vivenciaram o acidente para dar seguimento ao processo.
Segundo Layanni Batalha, filha de uma das vítimas e organizadora do movimento, é necessário encontrar todos que possam dar mais informações e depor no caso, afim de que haja justiça pelas vidas que foram perdidas.
“Na lista do Ministério Público existem nomes repetidos, outros escritos errados. Nosso grupo ajustou esse material e busca novas vítimas e testemunhas que possam dar seu depoimento. Acredito que a Polícia não pegou o nome de todo mundo durante o alvoroço do naufrágio, dificultando bastante o trabalho de agora”, relatou Layanni.
Cartaz no protesto que pede Justiça pelas vítimas do naufrágio que ocorreu em setembro de 2022, em Cotijuba.
Reprodução / TJPA
Em nota o MPPA informou que novas testemunhas e familiares que queiram ser incorporados ao processo precisam entrar em contato com a Polícia Civil para dar mais informações.
Já o grupo dos familiares das vítimas informam que podem ser contatados pelo número 91 8120-5450.
Sobre o naufrágio
A embarcação Dona Lourdes II saiu da ilha de Marajó para a capital paraense, no dia oito de setembro de 2022 com mais de 80 passageiros. O barco afundou perto da Ilha de Cotijuba e matou 23 pessoas.
O veículo não tinha autorização para navegar e partiu de um porto clandestino. Também não havia lista oficial de passageiros, segundo a Secretaria de Segurança do Pará (Segup).
Após naufrágio na região de Belém, praia na Ilha de Cotijuba estava sendo usada para receber resgatados nesta quinta-feira
Redes sociais/Reprodução
Muitos sobreviventes relataram que o condutor da embarcação é o maior culpado por ter demorado a chamar socorro quando o barco começou a afundar, além de não orientar os passageiros e não distribuir os coletes salva-vidas.
Sobreviventes apontaram que os salva-vidas não teriam condições de uso — muitos se rasgavam. Alguns pescadores que ajudaram no resgate encontraram pessoas já sem vida com colete.
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*Sob supervisão de Gil Sóter

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