Curta paraense ganha prêmio internacional de ‘melhor animação’


“Caçador de Cabeças” é uma animação produzida por equipe 100% paraense e é inspirado em relatos de caçadores e moradores do vilarejo Bomfim, do município de São João da Ponta (PA.) Equipe paraense foi premiada na categoria “Melhor Animação” no Brazil New Visions International Film Festival
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O Curta-metragem paraense “Caçador de Cabeças” foi premiado como melhor animação no festival Brazil New Visions International Film Festival (BNVIFF). A obra, que havia sido indicada como melhor direção e melhor animação, foi premiada ao disputar com animações de todo o mundo.
O curta “Caçador de Cabeças” é uma animação experimental, feita no estilo motion comics, produzida no final de 2021, com incentivo do edital Cultura Digital – Aldir Blanc, por equipe 100% paraense.
O enredo do “Caçador de Cabeças” é inspirado em relatos de caçadores e moradores do vilarejo Bomfim, do município de São João da Ponta (PA). Rod Rodrigues, roteirista e diretor do curta, é neto de uma moradora da região e passou grande parte da infância e adolescência no local.
“O lugar, as pessoas e os costumes me ensinaram muita coisa boa e todos os relatos vividos são reais, mostrando como a natureza resiste e sobrevive naquela configuração. Estas histórias que ouvia, por exemplo, me inspiram até hoje como roteirista e realizador audiovisual. Por isso, estou muito feliz e orgulhoso de saber que todo esforço foi recompensado, num prêmio de abrangência internacional”, conta Rodrigo.
Cartaz do curta paraense “Caçador de Cabeças”
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Na trama, uma insólita história de “visagem” [como é chamada ‘assombração’ no Pará] vivida por um caçador em uma noite de caça no interior rural paraense. Desde o início, a ideia era emular a contação de história oral de relatos sobre visagens e encantados, algo comum no interior paraense e espaços amazônicos rurais. Estas histórias vão além da superfície impressionável, relatando muito mais sobre a conexão do homem com a natureza, com desfechos transformadores que expandem a consciência e respeito com a fauna e flora.
A produção executiva foi feita pela jornalista e produtora audiovisual, Melina Marcelino, ela explica como foi o processo de desenvolvimento do filme. “O ‘Caçador de Cabeças’ foi uma obra muito difícil de se produzir, com vários contratempos, no meio da pandemia, mas foi feita por uma equipe muito dedicada e criativa, e que representa um contexto regional muito significativo pra gente”, avalia a produtora.
A partir do roteiro de painéis, a artista Tai Silva fez as ilustrações inspiradas em registros fotográficos do vilarejo e outras referências visuais de traços representativos da região Amazônica. A trilha original foi feita por Thiago Albuquerque. Todos os áudios ambientes foram gravados no vilarejo, buscando uma ambientação fiel ao local. Enquanto o ator Roberto Ribeiro gravou a voz da narração.
Os painéis foram animados pelo animador Eliezer França, misturando a linguagem audiovisual com trechos do texto e a narração oral, criando uma obra animada que resgata a contação de histórias. E todo esse trabalho foi administrado pela produção geral da Melina Marcelino.
A primeira exibição pública foi feita, em 2021, no vilarejo Bonfim, no lugar e para as pessoas que inspiraram o contexto da história. Foi uma exibição ao ar livre, gratuita, com os moradores assistindo a projeção do curta. Rod Rodrigues lembra que os moradores faziam comentários de quem se reconhece em diversas situações e se identifica com os cenários.
“Foi incrível. Pra mim, passar o filme no Bonfim e ver a reação positiva e empolgante das pessoas, foi a melhor parte de todos os resultados que tive com essa produção, não apenas pelo meu envolvimento emocional com a região, mas também por acreditar que é de total importância promover exibições descentralizadas de cinema. A arte tem que chegar em todo mundo”, conclui o diretor.
“Caçador de Cabeças” também participou e foi premiado em outros festivais, como na “categoria nacional” da MOSTRA SESC DE CINEMA 2022 (representante do Pará); como “melhor animação” no BRAZIL NEW VISIONS INTERNATIONAL FILM FESTIVAL (2023); indicado a “melhor direção” no BRAZIL NEW VISIONS INTERNATIONAL FILM FESTIVAL (2023); selecionado para o VIII CINE HORROR (2023); selecionado para o I FESTIVAL DE CINEMA AÇAÍ (2023). O BNVIFF é um festival brasileiro com abrangência internacional.
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