Vinicius Batista Serra não irá responder pela tentativa de homicídio e feminicídio contra a paisagista Elaine Caparroz, agredida por 4 horas pelo estudante em 2019. A Justiça do Rio de Janeiro aceitou o argumento da defesa dele, que afirmou que Serra tem parassonia, um distúrbio de sono.
Vinicius Batista Serra não vai responder por tentativa de homicídio após afirmar ter parassonia – Foto: Redes sociais/Reprodução/ND
Sobre o crime
O crime aconteceu em 2019. Elaine foi espancada por quatro horas pelo então estudante de direito Vinícius Serra. Os dois haviam marcado um primeiro encontro após conversarem durante oito meses pelas redes sociais.
No entendimento do desembargador Joaquim Domingos, da 7ª Câmara Criminal, o acusado não pode ser responsabilizado pelo crime, porque cometeu as agressões devido a comportamentos violentos causados por distúrbios do sono.
Diante da decisão, Elaine lamentou e prometeu recorrer: “Eu vou até as últimas consequências, não me conformo com essa decisão. Sou uma mulher, vítima de tentativa de feminicídio, que quase morreu e foi abandonada pelo sistema de Justiça”, afirmou.
A decisão da justiça no caso de Vinícius determina também que ele siga com um tratamento ambulatorial, indo a uma unidade de saúde uma vez por mês e tomando remédios para sua doença. A sentença também afirma que seu caso poderá ser reavaliado. Dependendo do resultado, ele poderá ser internado em uma unidade psiquiátrica.
O que é parassonia?
A defesa de Vinicius afirma que ele sofre de parassonia, eventos indesejáveis que ocorrem durante o sono ou na transição do sono para a vigília ou vice-versa. Esse transtorno consiste em falar (muitas vezes de maneira profana) e às vezes fazer movimentos agressivos durante a fase de sono com movimento rápido dos olhos (REM), geralmente em resposta a um sonho.
As parassonias do sono mais comuns são:
Despertar confusional
Sonambulismo
Terror noturno
Pesadelos e transtorno comportamental do sono REM
Enurese Noturna (xixi na cama)
Segundo especialistas, o tratamento é indicado se a parassonia causar lesão ao paciente ou companheiro, ou se o sono for perturbado significativamente. E depende do tipo de parassonia, o que inclui: tranquilização, modificação do ambiente de sono, terapia cognitiva e farmacoterapia.
*Com informações do O Globo