Naudecy Tupinambá, de 51 anos, enfrentava as drogas desde a juventude e relata história que mostra a importância dos laços familiares. Neste domingo, ele vive o primeiro dia dos pais com a família depois da reabilitação no Pará. Naudecy ao meio com os filhos Kauê (à esquerda) e Mateus (à direita).
Arquivo pessoal
Aos 51 anos de idade, o paraense Naudecy Tupinambá é dono de uma história que mostra a importância dos laços familiares. Ele compartilha a trajetória como ex-dependente químico e o papel fundamental dos dois filhos na luta contra as drogas. Neste domingo (13), é o primeiro dia dos pais que ele passa com a família, depois da reabilitação.
A luta começou ainda na juventude, com álcool e cigarro, e evoluiu para um contato diário até chegar à dependência de entorpecentes.
Desde então, Naudecy, que é servidor público em Breves, no arquipélago do Marajó, se viu afundando cada vez mais no quadro de dependência, impactando diretamente na própria qualidade de vida, nas finanças e também na relação com aqueles que precisavam conviver com ele.
“Eu cheguei no fundo do poço. Foi guando resolvi, por conta própria, pedir ajuda, em primeiro lugar a Deus, e depois para minha irmã Dra Iracy e também aos meus filhos Kauê e Mateus”, contou.
Caminhada e reabilitação
Kauê, o filho mais velho, de 21 anos, detalhou como foi o começo da saída do pais do mundo das drogas:
“Desde novo ele começou a se envolver com drogas e foi levando isso ao longo de vida, até o dia em que me chamou e disse que gostaria de mudar. Demos o total apoio para ele procurar uma ajuda profissional. Estaríamos ao lado dele para tudo que fosse necessário”, pontuou.
O pontapé inicial para o tratamento é quando o próprio dependente deseja. Então a família conseguiu encontrar uma clínica em Belém para Naudecy, onde ele ficou internado voluntariamente por cerca de dez meses.
“Este é o primeiro Dia dos Pais com ele depois da alta. Muita alegria, satisfação e agradecimento. Vamos ter a oportunidade de passar o dia dos pais fora da clínica”, comemorou Kauê.
Mãe de Naudecy com o filho e o neto, Kauê, no Dia dos Pais de 2022, ainda na clínic ade reabilitação.
Arquivo pessoal
Antes, sem a possibilidade de se ver com frequência, tanto Kauê como Mateus faziam o que podiam para dar suporte ao pai, mesmo de longe. Foram várias ligações pelo telefone para compartilhar palavras de conforto e tranquilidade.
“Os três primeiros meses foram bastantes difíceis, pois não pudemos fazer a visita ou nem se quer falar com ele. Ficávamos esperando a clínica avisar o dia da visita dele, pois como somos de Breves, para chegar até Belém são 12 horas de barco”, relembra o filho mais velho.
Naudecy com Mateus e Kauê ainda pequenos.
Arquivo pessoal
Há um ano e seis meses longe sem a droga, Naudecy comemora a trajetória de recuperação e se sente agradecido pelo apoio que recebeu ao longo de toda a caminhada.
“Precisava passar por tudo isso. Sou eternamente grato a todos. Infelizmente essa luta vai ser constante na minha vida. Se você não estiver o amor de sua família e de seus filhos, a recaída pode acontecer o mais rápido possível. Mais tenho fé e foco que jamais vou voltar pra ela”, completou o servidor.
Na nova rotina de exercícios físicos buscando saúde em todos os aspectos, o pai é motivo de orgulho para os filhos.
“Só dele estar fora da clínica já é uma felicidade enorme, pois está restabelecido, com saúde e com novos planos e sonhos”, afirma Kauê, que comemora este domingo junto à família com um sentimento ainda mais especial pelo pai.
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