Comunidades relatam que situação é de tensão na região de Acará. Empresa Agropalma afirma que medida é para evitar possíveis ‘invasões’. Empresa constrói vala próximo à comunidade no Acará, no Pará.
Reprodução / Arquivo Pessoal
Moradores da vila Turiaçu, em Acará, no nordeste do Pará, foram surpreendidos na terça-feira (22) com a abertura de uma vala no entorno da vila. A situação é mais um episódio de conflito envolvendo comunidades tradicionais com empresas do ramo de óleo de palma na região.
Uma indígena afirma que por volta das 15h o buraco foi avistado por morador que passava pelo local. “Estamos cercados, coagidos por eles, é um crime contra nós”, ela afirma.
A indígena, que teve a identidade preservada pela reportagem, afirma que o cacique da comunidade foi até o local da escavação e que eles iriam tomar providências para que o buraco seja tapado. “Pessoas podem cair, é muito perigoso, sabemos que a empresa faz isso para nos perturbar, nos atormentar”, afirma.
A vala está sendo cavada em área controlada pela Agropalma, que cultiva dendezais na região. O empreendimento divulgou a seguinte nota:
“A Agropalma esclarece que tem recebido ameaças de invasões em suas terras no Pará e, diante da gravidade da situação, adotou de forma preventiva a construção de barreiras físicas como medida para segurança física e psicológica de seus quase 5 mil colaboradores que trabalham no local, além da proteção de suas reservas florestais.
É falsa a informação de que as barreiras estão localizadas na mencionada comunidade ou em qualquer outra via pública. As estruturas foram construídas dentro de terras pertencentes à Agropalma e não estão localizadas em nenhuma área de servidão ou passagem pública. Além disso, o espaço está integralmente revestido por telas e estruturas que impedem a aproximação de pessoas ou animais, eliminando o risco de quedas ou acidentes nos locais.
A Agropalma reforça a gravidade da ameaça e relembra que foi vítima, apenas no ano passado, de duas invasões em suas propriedades, com sérias consequências ambientais e danos ao seu patrimônio. Em ambos os casos, as invasões foram resolvidas de forma pacífica perante à Justiça, por meio de audiências que viabilizaram acordos entre as partes representadas no processo.”
‘Conflito do dendê’: Indígenas denunciam grande buraco cavado por empresa no Pará
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