Círio de Nazaré: Um dos símbolos da festa religiosa, Corda usada para ligar fiéis a imagem de Nossa Senhora chega a Belém

Pela primeira vez, Corda do Círio de Nazaré foi produzida totalmente no Pará, na cidade de Castanhal. Corda do Círio de Nazaré chega a Belém
DFN
A corda do Círio de Nazaré, um dos símbolos mais fortes e característicos que ligam os promesseiros à imagem de Nossa Senhora ao longo das duas principais procissões, em Belém, chegou nesta quarta-feira (13) a Belém. Pela primeira vez, a corda foi produzida no estado do Pará.
O símbolo foi entregue em Castanhal, onde foi feita, e na capital, onde permanecerá guardada na Estação Luciano Brambilla até o dia da vistoria pela Diretoria da Festa de Nazaré, 23 de setembro.
Como é feita a corda do Círio
A corda utilizada no Círio e na Trasladação até 2022 era feita de sisal, uma fibra vegetal dura e resistente, feita no estado de Santa Catarina. Este ano, a corda foi produzida por uma composição de fibras de malva e juta, plantadas e cultivadas na região Amazônica.
A nova composição fica mais macia ao toque das mãos, pela presença da malva, sem perder resistência, por conta dos fios de juta.
Um protótipo de 50m foi produzido pela empresa CTC e entregue à Universidade Federal do Pará (UFPA), que realizou vários testes que comprovaram a eficiência do material.
Após a entrega dos laudos, foi iniciada a produção da corda, que possui 800 metros de comprimento com partes de 400 metros, para cada romaria, tendo 50 milímetros de diâmetro. Ela já vem adaptada às estações de metal que auxiliam no traslado das berlindas durante as romarias.
“E toda esta produção, do plantio a fabricação do fio foi realizada aqui no nosso estado, contribuindo também para o desenvolvimento local, pois o Brasil e o mundo terão a oportunidade de conhecer mais este trabalho das comunidades daqui. E para cada pessoa que participou deste processo de produção da corda, desde a semente, plantação, colheita e fabricação, tenho certeza de que se sente um promesseiro da corda e abençoado, além disso, barateamos o custo de mais este ícone da festividade, pois além da doação da corda, vamos economizar com o transporte”, destaca Antônio Salame, coordenador do Círio 2023.
A corda foi doada pela empresa Castanhal Companhia Têxtil (CTC) em parceria com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (SEDEME).
Revisão da corda
No dia 23 de setembro, às 15h, a Diretoria da Festa de Nazaré e a Guarda de Nazaré farão a revisão geral na Corda do Círio. A vistoria será realizada no colégio Santa Catarina de Sena, em Nazaré, visa checar detalhes como argolas, nós e estações, além da medição dos 800 metros da corda, para saber se estão em perfeitas condições.
Após este momento, a corda utilizada na Trasladação ficará em exposição na Estação Luciano Brambilla e a corda do Círio ficará em exposição na Estação das Docas, até os dias das procissões.
Corda foi incluída em 1885
A corda passou a fazer parte do Círio em 1885, quando uma enchente alagou a orla de Belém, do Ver-o-Peso até a Igreja das Mercês, no momento da procissão, fazendo com que a berlinda ficasse atolada e os cavalos que conduziam a imagem não conseguissem puxá-la.
Os animais foram desatrelados e um comerciante local emprestou uma corda para que os fiéis puxassem a berlinda, fazendo com que se tornasse o elo entre os fiéis e a imagem.
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