Durante evento sobre meio ambiente, ONGs entregaram documentos às delegações dos governos brasileiro e de outros países da América Latina apontando impactos da atividade. Ambientalistas cobram avaliação de riscos da exploração petroleira na foz do rio Amazonas, no Pará.
Divulgação
Organizações da sociedade civil fizeram uma manifestação no Encontro do Parlamento Amazônico, em Belém, nesta terça-feira (25) e entregaram ao presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Rodrigo Agostinho, um documento sobre a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas, na região do Marajó.
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Segundo as lideranças, a ação estaria avançando sem avaliação ambiental das áreas sedimentares e participação da sociedade nos moldes da convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre povos indígenas e tribais.
Estavam na manifestação lideranças de ao menos quatro organizações não governamentais que propuseram a discussão às delegações da Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e do governo brasileiro que estavam no evento.
Luti Guedes, do Observatório do Marajó, disse que a “expectativa é que a situação fosse discutida e entrasse na declaração oficial do encontro”,
Os protestos contra a exploração petroleira na Foz do Amazonas começou na segunda-feira (24). Projeções foram feitas no Theatro da Paz, além de colagem de cartazes pela cidade e manifestações virtuais. As ações continuaram nesta quinta-feira (26), último dia do encontro.
Os pedidos envolvendo o licenciamento ambiental do bloco FZA-M-59 que, segundo os ambientalistas, “ainda apresenta lacunas e fragilidades que comprometem uma análise robusta do Ibama”.
Riscos ambientais
As ONGs apontam que um eventual vazamento de petróleo pode impactar também países vizinhos e a região como um todo.
Flávia Guedes, do Instituto Mapinguari, afirmou que “os parlamentares reunidos no encontro têm o dever moral de exigir da Petrobras uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar, que permitirá uma visão mais integrada dos impactos que a exploração de petróleo pode causar, os interesses econômicos de uma empresa podem colocar em risco a qualidade de vida de diversas populações e ainda atingir um ecossistema novo e diverso que possui um grande potencial ambiental e econômico”.
Foz do Amazonas
A floresta amazônica, a foz do rio Amazonas e o oceano Atlântico na faixa equatorial são, direta ou indiretamente, fonte para a vida de milhões de pessoas no Brasil e em outros países.
O rio Amazonas, elemento central do sistema, despeja anualmente 17% do total mundial de água continental e sedimentos em suspensão nos oceanos. A pluma de sedimentos abastece áreas até do Caribe.
Caso seja explorada, os ambientalistas defendem que um eventual derramamento de óleo pode ocasionar danos para o meio ambiente e para a população, em ecossistemas como os manguezais e sistemas de recifes.
A região de influência dos projetos de exploração de petróleo inclui o Grande Sistema de Recifes do Amazonas.
Estima-se que eles se estendam por 1.350 quilômetros, desde o estado do Amapá até a região central do estado do Maranhão, entre 150 e 200 km da costa, com área total estimada em 56.000km2, passando pelo arquipélago do Marajó.
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