Romaria da Acessibilidade será no dia 21 de outubro, às 8h, com saída da Basílica Santuário de Nazaré. A ideia de criar a romaria surgiu em 2022 por nove entidades que defendem direitos de pessoas com deficiência. Rosilene Lisboa, de 48 anos, e filho, Antônio Martins, de 23 anos.
Marcus Passos/g1 Pará
No dia 21 de outubro, às 8h, pessoas com deficiência e mobilidade reduzida vão caminhar pelas ruas de Belém em homenagem a Nossa Senhora. Será a primeira Romaria da Acessibilidade, a 14° procissão oficial do Círio de Nazaré.
“Essa romaria vem explicar que eles são capazes, que têm direito como todos nós. A igualdade é para todos. O preconceito não deveria existir”, afirma Rosilene Lisboa, de 48 anos, mãe de um filho com deficiência intelectual e autista.
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Com percurso de 1,45 km, a Romaria da Acessibilidade é uma iniciativa de nove entidades que defendem os direitos das pessoas com deficiência.
A proposta
Segundo Ana Carolina Salomão, assistente social da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), a ideia de criar a romaria surgiu ano passado e as primeiras reuniões ocorreram a partir de janeiro de 2023.
“Criamos o projeto e encaminhamos para a Diretoria do Círio com as especificidades focadas no processo de acessibilidade, para que as pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida pudessem participar e demonstrar sua fé”, explica.
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Antônio Martins, de 23 anos, tem deficiência intelectual e é altista.
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Rosilene Lisboa é mãe de Antônio Martins. O jovem, de 23 anos, tem deficiência intelectual e é altista. Há 20 anos ele é atendido pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) Belém.
“Isso é uma grande vitória para uma mãe que tem um filho especial, porque muitas vezes os filhos da gente são excluídos. Quando ele quer ir no Círio, a gente vê só a passagem da imagem, não acompanha”, diz.
O diretor de procissões do Círio, Antônio Sousa, afirma que apesar das demais romarias já serem inclusivas, muitos familiares não se sentiam seguros em trazer seus filhos para grandes aglomerações. Em 2022, o Círio reuniu mais de 2,5 milhões de pessoas em Belém, segundo dados dos órgãos de segurança.
“Houve a proposta, ligamos para Diretoria do Círio, depois fomos falar com o arcebispo de Belém. Ele autorizou e os padres barnabitas concordaram. Informamos para a área da Segurança e da Saúde. Todos abraçaram a ideia”, comenta.
Márcia Nóbrega, de 58 anos, e a filha, Carolina Nóbrega, de 34 anos.
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Inclusão e da acessibilidade
Carolina Nóbrega, de 34 anos, tem síndrome de down e autismo. A mãe dela, Márcia Nóbrega, de 58 anos, diz que sempre participou de tudo que envolve o Círio e garante que ela e a filha vão estar na Romaria da Acessibilidade.
“É importante que a gente esteja em todos os lugares, sempre. E participar pela primeira vez é uma emoção muito grande”, afirma.
A assistente social da Apae Belém explica que as entendidas organizadoras querem aproveitar a romaria para divulgar a questão da inclusão e da acessibilidade.
“É um momento para ampliar o debate sobre os direitos da pessoa com deficiência. Vamos ter a oportunidade de orientar a sociedade que existe um novo olhar para quem tem deficiência. A inclusão é uma obrigação de todos”, destaca Ana Carolina Salomão.
Márcia Nóbrega também concorda que a romaria tem uma função importante e que o movimento em defesa dos direitos das pessoas com deficiência está crescendo.
Carolina Nóbrega, de 34 anos, tem síndrome de down e autismo.
Marcus Passos/g1 Pará.
“Esse momento está mostrando para a sociedade que nós temos que estar presentes. Sempre, em todos os lugares! Porque também somos parte da sociedade”, afirma.
Procissão diferenciada
O diretor de procissões do Círio diz que para essa romaria a Diretoria do Círio buscou um percurso curto, tranquilo e arborizado devido à população que vai ser atendida.
Com saída na Basílica, a romaria deve seguir pela passagem D. Alberto, av. Generalíssimo, av. Braz de Aguiar, trav. Quintino Bocaiúva, av. Nazaré até a chegada na praça Santuário.
“Vamos estar de braços abertos para acolher. Estar com tudo à disposição, cuidando da parte de infraestrutura e logística, para que todos possam viver esse momento tranquilamente”, garante Antônio Sousa.
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