Mercado da economia criativa no Pará está abaixo da média nacional, que é de 3,11% do PIB, e prevê ampliar sua potência nos próximos anos, sobretudo até a COP-30. Pela primeira vez na Amazônia, o Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MICBR) 2023 abre programação nesta quarta-feira (8), em Belém, no Hangar, e segue até domingo (12). A expectativa é que o evento gera $ 20 milhões de dólares nos próximos 12 meses, cerca de R$ 100 milhões, de acordo com projeção do Ministério da Cultura. A programação ocorre dentro das ações preparatórias para a COP-30, Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas que será realizada na capital do Pará em 2025. Confira a programação completa aqui.
“O evento sai do eixo Rio-São Paulo e vem para o Norte, para a Amazônia. Então nossos esforços são para nacionalizar as políticas públicas de cultura. Assim ninguém perde, todo mundo ganha com mais valorização da nossa diversidade”, destaca Margareth Menezes, ministra da Cultura.
O objetivo é fomentar e impulsionar o crescimento dos setores criativos, facilitar a circulação de bens e serviços culturais, estimular a internacionalização da produção cultural nacional e promover a profissionalização dos agentes culturais brasileiros. Além disso, o Mercado reúne empresas, criadores e empreendedores de 15 setores: Áreas Técnicas, Artesanato, Artes Visuais, Audiovisual & Animação, Circo, Dança, Design, Editorial, Gastronomia, Hip Hop, Jogos Eletrônicos, Música, Moda, Museus & Patrimônio e Teatro.
A vasta programação gratuita e aberta ao público, inclui rodadas de negócios, atividades de networking, showcases, oficinas, painéis, atrações artísticas, exposições e feiras.
Amazônia e economia criativa
Mais do que uma força impulsionadora do crescimento econômico, a economia das indústrias criativas desempenha um papel fundamental na promoção da cultura e na formação de mão de obra qualificada. Um dos segmentos mais dinâmicos da economia mundial, a economia criativa desvencilha-se da imagem de mera fonte de bem-estar social e mostra-se como elemento essencial do desenvolvimento econômico das nações.
O fomento à economia criativa é uma estratégia central para diversificar a geração de emprego e negócios na região, que enfrenta o desafio de descentralizar a economia de ativos como mineração e agronegócio, em busca de alternativas sustentáveis para a Amazônia.
De acordo com a secretária de Cultura do Pará, Ursula Vidal, o mercado da economia criativa no Pará está abaixo da média nacional, que é de 3,11% do PIB, e prevê ampliar sua potência nos próximos anos, sobretudo até a COP-30.
“O Ministério da Cultura tem apostado na descentralização das políticas públicas e estado presente em todo o Brasil. E a vinda do MIC é a consolidação de um caminho que realmente coloca a Amazônia de uma maneira muito estratégica dentro desse mapa do fortalecimento da nossa indústria cultural, mas também das nossas práticas culturais da cultura popular”, disse Ursula.
A economia criativa é mais robusta do que indústrias tradicionais como a têxtil e a de eletroeletrônicos, gerando emprego e renda, com remuneração superior à média do mercado de trabalho brasileiro. No Brasil, ela é responsável por 3,11% do PIB e emprega cerca de 7,5 milhões de pessoas nas mais de 130 mil empresas formalizadas.
Mais de 500 empreendedores do setor criativo participam do MIC em Belém. De acordo com o secretário executivo do Ministério da Cultura, Márcio Tavares, a preparação do evento mobilizou cerca de 800 profissionais, todos locais.
“Hoje a economia criativa representa 3,7% da nossa economia e certamente com os estímulos certos a gente vai fazer com que a geração de emprego venha dar oportunidade e de desenvolvimento sustentável, valorizando aquilo que cada região tem de melhor e a cultura aqui da região amazônica é sensacional e está à espera dos estímulos necessários”, diz Márcio Tavares.
A terceira edição do MICBR traz a Argentina como país convidado de honra. O evento é uma realização do Ministério da Cultura (MinC), Organização de Estados Ibero-americanos (OEI), com patrocínio master da Vale e do Instituto Cultural Vale.
Realizado pela primeira vez na Amazônia, MIC23 prevê geração de mais de R$ 100 milhões em negócios
Adicionar aos favoritos o Link permanente.