O valor do dólar fechou o dia em queda nesta quarta-feira (23), após Trump minimizar ataques ao Fed – Foto: Deny Campos/Arte/ND
O valor do dólar fechou o dia em queda nesta quarta-feira (23), conforme o Banco Central do Brasil. Pela manhã, a moeda norte-americana estava custando R$ 5,68. Na terça-feira (22), o fechamento ficou em R$ 5,72.
O dólar viveu um dia de volatilidade marcante, chegando a cair para R$ 5,65 antes de recuperar terreno seguindo o movimento global da divisa norte-americana.
A mudança de humor do mercado reflete dois fatores principais: o abrandamento nos ataques do presidente Donald Trump ao Federal Reserve e expectativas de um possível desaceleramento na guerra comercial entre EUA e China.
Às 17h05 (horário de Brasília) desta quarta-feira (23), o dólar à vista operava em baixa de 0,16%, cotado a R$ 5,718 na compra e na venda. Na B3 (Bolsa de Valores brasileira), o dólar para maio, atualmente mais líquido, caía 0,04% com 5.725 pontos.
Confira o valor do dólar hoje
Dólar comercial
Usado em negociações internacionais e operações financeiras.
Compra: R$ 5,718
Venda: R$ 5,718
Dólar turismo
Voltado para viagens e compras no exterior, sua cotação inclui impostos e taxas.
Compra: R$ 5,753
Venda: R$ 5,933
O que fez o dólar cair?
Na quarta-feira (23), Trump amenizou seu discurso, afirmando não pretender demitir Jerome Powell, chairman do Fed, apesar das críticas anteriores à política de juros. Paralelamente, surgiram indícios de que as tarifas de 145% sobre produtos chineses poderiam ser menores do que o inicialmente anunciado, injetando otimismo nos mercados emergentes.
Enquanto o dólar flutuava, o governo brasileiro posicionou-se com cautela no tabuleiro geopolítico. O vice-presidente Geraldo Alckmin reforçou a necessidade de manter diálogo tanto com os Estados Unidos quanto com a China, defendendo o multilateralismo em um momento de tensões comerciais crescentes.
No cenário doméstico, uma crise institucional chamou atenção: o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado pela Justiça após a Polícia Federal desbaratar um esquema de descontos fraudulentos em benefícios previdenciários que desviou R$ 6,3 bilhões nos últimos cinco anos.
A independência do Federal Reserve segue como ponto crítico para o valor do dólar. Os investidores permanecem alertas após os repetidos ataques de Trump à autoridade monetária americana, que criaram incertezas sobre a condução da política econômica dos EUA.
Do lado chinês, o Ministério do Comércio sinalizou disposição para negociar, mas rejeitou fazer concessões sob pressão. Este delicado equilíbrio entre as duas maiores economias do mundo continuará ditando os rumos do câmbio nas próximas sessões, com o real acompanhando de perto cada desenvolvimento nesta complexa relação comercial.