Eduardo Leite é casado? União aconteceu ainda em 2023 – Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Eduardo Leite é casado com um médico? O Governador do Rio Grande do Sul é abertamente homossexual, fato que revelou em entrevista em um programa com o jornalista Pedro Bial em julho de 2021. Além de tornar pública sua sexualidade, também revelou uma relação de 11 meses com o pediatra capixaba Thalis Bolzan. Na ocasião, destacou:
“Eu sou gay, eu sou gay e sou um governador gay. Não sou um gay governador, tanto quanto Obama nos EUA não foi um negro presidente. Foi um presidente negro. E tenho orgulho disso. Não trouxe esse assunto, mas nunca neguei ser quem eu sou. Nunca criei um personagem”.
Há mais de três anos juntos, Eduardo e Thalis oficializaram uma união estável em setembro de 2023. A celebração da união aconteceu em uma pequena cerimônia realizada em Trancoso, na Bahia, com a companhia de familiares.
Afinal, Eduardo Leite é casado? União estável é igual a casamento?
Thalis Bolzan é frequentemente mencionado como “marido” de Leite, mas perante a lei, eles continuam com o estado civil “solteiro”. A união estável, diferentemente do casamento, não altera o estado civil dos requerentes, mas é reconhecida como uma entidade familiar legítima.
Eduardo Leite é casado com o médico Thalis Bolzan – Foto: Reprodução/Instagram
Apesar do artigo nº 1.723 do Código Civil definir como união estável aquela “entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família”, o Supremo Tribunal Federal reconhece como institucional qualquer distinção de tratamento legal às uniões estáveis ou casamentos compostos por pessoas do mesmo sexo desde 2013.
Já o artigo nº 1.726 pontua que uma união estável pode converter-se em casamento mediante pedido do casal ao juiz e assento no Registro Civil.
Governador é alvo de declarações homofóbicas desde antes declaração pública de sua sexualidade
Eduardo Leite convive com insinuações homofóbicas desde 2012, quando foi eleito prefeito de Pelotas (RS). Na campanha eleitoral para governador do Rio Grande do Sul em 2018, adversários chegaram a fazer uma montagem com a figura de Leite e o questionamento “É isto que queremos para o Rio Grande? O primeiro governador homossexual do Brasil?”.
Meses antes da declaração pública, em 2021, o ex-deputado Roberto Jefferson afirmou que as medidas preventivas contra a Covid-19 eram “típico de viado”, o que levou Jefferson a responder na justiça por homofobia. O ex-presidente Jair Bolsonaro ironizou a declaração do governador, dizendo que seria “o cartão de visita para a candidatura dele” – acontecimento que levou Leite a realizar mais uma denúncia de homofobia. Seu filho, Jair Renan, também já fez comentários debochados envolvendo a sexualidade do governador de forma indireta.
Em 2022 durante a campanha eleitoral, com a informação pública de que Eduardo Leite é casado e homossexual, o governador recebeu comentários sobre o estado precisar de “uma primeira-dama de verdade”. No período de enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul em 2024, circulou uma série de conteúdos on-line que associaram as enchentes a um “castigo divino” pelo fato do governador ser gay.
O caso mais recente aconteceu em abril de 2025, com Edimar Santo Biazzi, Presidente da Câmara de Vereadores de Vacaria (RS), se referindo a Leite como “viado”.
Eduardo Leite é casado com Thalis Bolzan. A celebração da união aconteceu na Bahia – Foto: Reprodução/Instagram
Eduardo Leite é casado com um homem, mas seu governo contempla a população LGBTQIA+?
O plano de governo de 2018 de Eduardo Leite não possui propostas voltadas à população LGBTQIA+. O único trecho entendido como capaz de contemplar esta população está presente nas páginas 45 e 46 do plano, com o título “Justiça social é dar equidade no tratamento a todos””:
“Segregar oportunidades e direitos por motivações raciais, de gênero, de classes sociais, etárias, enfim, por qualquer parâmetro é inadmissível na sociedade contemporânea, sendo dever do Estado criar, fortalecer e disseminar ações que combatam essas práticas.”
Durante o primeiro mandato de Leite, 1% das vagas em concursos públicos do estado do Rio Grande do Sul passaram a ser reservadas para pessoas trans. Para o segundo mandato, o governador apresentou dois feitos voltados à população LGBTQIA+:
A criação de casas de abrigo para transexuais vítimas de violência
A instituição de uma Rede Estadual de Proteção LGBTQIA+, que seria criada a partir de um conselho voltado a esta população — porém, o decreto foi assinado por Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), após a renúncia de Leite do primeiro mandato
Cabe mencionar que o termo “diversidade” foi citado seis vezes ao longo das propostas.
Durante o mandato atual, o governador sancionou em julho de 2024 a Lei Vini Jr., que interrompe partidas em casos de racismo e homofobia.