O que é uma Basílica Menor? País tem 80 e título é dado pelo papa

Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores, em Juazeiro do Norte (CE)Divulgação/Santuário de Nossa Senhora das Dores

Os templos católicos são divididos em categorias de acordo com suas características e importâncias para a religião. Na ordem de hierarquia, em termos de importância eclesiástica, eles são divididos em: igreja, paróquia, catedral, basílica e sé (igreja sede do bispo). Porém, os templos designados como basílicas podem ser chamados de Basílicas Maiores e de Basílicas Menores.

Só existem quatro basílicas com o título de “basílica maior”, todas elas situadas na cidade de Roma: São Pedro, São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Extramuros. As demais basílicas recebem o título de “basílica menor” — existem cerca de 1.500 ao redor do mundo, sendo 80 delas no Brasil.

Para receber o título de Basílica Menor, a Igreja ou Catedral precisa receber a aprovação do papa.

O que é uma Basílica?

Basílica de São Pedro, no Vaticano, uma das quatro Basílicas Maiores existentesDivulgação/St. Peters Basilica tickets

De acordo com informações da Basílica de Santo Antônio, em Vitória (ES), uma basílica é uma estrutura arquitetônica de origem romana. O nome tem origem grega, que significa “régia” ou “real”, e que é uma elipse da expressão completa “basiliké oikía”, que significa “casa real”. Uma basílica é um templo com características especiais e de grande importância, podendo guardar relíquias, e possuir arquitetura histórica. 

Em sua origem, este tipo de edifício servia para grandes transações comerciais, ao mesmo tempo em que era uma espécie de juizado, para encontros e debates do povo. Sua origem se encontra na época da República de Roma (entre os anos 509 e 27 a.C.).

A “planta basilical” é formada por uma “nave” central maior que as laterais, tanto na largura quanto na altura. Composta por 3 ou 5 naves, a principal pode conter galerias de janelas.

Originalmente, as basílicas romanas tinham teto plano de madeira, que depois foi substituído por estruturas de pedra. Esse modelo arquitetônico foi adotado pelos primeiros cristãos e serviu de base para as grandes igrejas construídas pelo imperador Constantino, como a São Pedro, no Vaticano, e a São João de Latrão, em Roma.

A estrutura das basílicas era ideal para a liturgia cristã: um espaço amplo que acomodava muitos fiéis, com a nave central para o povo e o presbitério para o celebrante. Muitos edifícios romanos foram adaptados para o culto cristão após a oficialização da religião no Império.

Com o tempo, o termo “basílica” passou a designar igrejas importantes que receberam privilégios especiais, mantendo até hoje essa influência da arquitetura romana no cristianismo.

Basílica Maior e Basílica Menor

A principal diferença entre uma Basílica Maior e uma Basílica Menor está na sua localização e importância. Todas as Maiores ficam em Roma, vistas como as mais importantes do mundo católico. Todas as outras igrejas que detém o título de basílica, automaticamente são Basílicas Menores.

Segundo a Basílica de Nossa Senhora das Dores, em Juazeiro do Norte (CE), depois de receber o título, o templo deve exibir dois símbolos que mostram seu papel na escuta do Evangelho e a identificam como uma basílica: a Umbella (um tipo de guarda-sol cerimonial) e o Tintinábulo (um pequeno sino).

A Basílica Menor é uma Igreja Papal, ou seja, considerada uma extensão do Vaticano. O templo passa a oferecer graças especiais aos fiéis, como a Indulgência Plenária — um perdão total da pena temporal dos pecados.

Como uma igreja se torna Basílica?

Para que uma igreja receba o título de Basílica, é preciso atender a exigências estabelecidas pelo Vaticano. Entre os critérios, está o fato de o templo servir de exemplo para outras igrejas, tanto pelo modo como celebra suas liturgias com fidelidade às normas, quanto pela participação ativa dos fiéis. 

A estrutura da igreja deve ser adequada, com tamanho suficiente tanto para os fiéis quanto para o presbitério, que é a área do altar onde atuam os celebrantes. O templo deve ser conhecido e respeitado, seja por sua importância histórica ou religiosa, por abrigar relíquias de santos ou por ser um local de veneração especial de alguma imagem sagrada, explica a basílica de Juazeiro do Norte. 

Para garantir o funcionamento adequado da Basílica, é necessário que o templo conte com um número suficiente de padres dedicados ao cuidado pastoral e litúrgico, especialmente para celebrações da Eucaristia e do sacramento da Penitência. 

A concessão do título de Basílica só acontece após solicitação formal do Bispo Diocesano e com a aprovação do papa. Esse pedido deve contar com a aprovação da Conferência Episcopal e ser acompanhado de documentação detalhada que comprove a origem, a história e a relevância religiosa da igreja.

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