Remédios mais caros: produto lidera inflação em abril

Remédios mais caros puxam alta de preços – Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Os remédios mais caros foram, entre todos os setores avaliados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o item que mais subiu de preço durante abril. Na média de todos os produtos e serviços, a inflação do mês foi de 0,43%.
Ou seja, a partir da cesta de consumo definida pelo IBGE, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) apresentou aumento, em média, de 0,43% no mês de abril. Em relação a março, há uma desaceleração da inflação, visto que o índice foi de 0,56%.

O valor acumulado da inflação em 2025, de janeiro a abril, é de 2,48%. Considerando os últimos 12 meses, para calcular a inflação anual, a taxa é de 5,53%. Apesar da desinflação, o Banco Central deve continuar com medidas monetárias para deslocar os preços para dentro da banda de variação da meta para este ano, que tem o teto de 4,5% ao ano.
Na quarta-feira (7), o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou novamente a taxa de juros na tentativa de controlar o processo inflacionário.
Real Moeda brasileira, dinheiro – Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Reajuste anual deixa remédios mais caros
Em março de 2025, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) divulgou o teto de 5,06% para o reajuste dos preços dos medicamentos vendidos em farmácias e drogarias de todo o país. Em abril, o grupo saúde e cuidados pessoais teve alta nos preços de 1,18%, puxado por remédios mais caros.
Entre todos os produtos e serviços avaliados pelo IBGE, o item produtos farmacêuticos, que consta entre saúde e cuidados pessoais, foi que mais subiu, 2,32% somente em abril. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a medida não deveria imediatamente deixar os remédios mais caros para o consumidor. No entanto, segundo o IBGE, por causa do reajuste, estiveram os remédios mais caros em abril.
Outros itens pesam no orçamento da população
Mesmo com o maior aumento de preços ser dos remédios mais caros, a alimentação continua como principal impacto nas contas do brasileiro médio.
Ainda que tenha uma desaceleração de 1,17% em março para 0,82% em abril, há itens que tiveram alta no mês. Entre eles, a batata-inglesa (18,29%), o tomate (14,32%) e o café moído (4,48%). No lado das quedas, destacam-se a cenoura (10,40%), o arroz (4,19%) e as frutas (0,59%). Em algumas regiões, como Florianópolis, o aumento do preço da carne é destaque.
Alimentação é grupo que mais pesa no orçamento do brasileiro – Foto: José Cruz/Agência Brasil
Governo otimista com inflação
Apesar da inflação estar fora da meta, o governo federal está otimista com o cenário econômico. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), comentou o resultado de abril em entrevista com jornalistas.
“O IPCA está em linha com o que estava projetado. Eu estou confiante que vamos terminar o ano melhor do que as previsões. E, no ano que vem, vamos estar em uma situação mais confortável”, comentou Haddad.
As projeções referidas pelo ministro são feitas a partir de levantamento do Banco Central sobre as expectativas do mercado financeiro, publicadas semanalmente como Boletim Focus. A mais recente, de 2 de maio, aponta uma inflação em 2025 de 5,53% — valor acima do teto da meta (4,5%) e igual ao registrado nos últimos 12 meses.

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