Quem são os convocados para depor na CPI das Bets?

Influenciadores Virgínia e Rico Melquiades foram estão entre os convocados para depor na CPI das Bets – Foto: Andressa Anholete e Geraldo Magela/Agência Senado/ND
Você se lembra de todos os convocados da CPI das Bets no Senado Federal? Instaurada em novembro de 2024, a Comissão Parlamentar de Inquérito já ouviu mais de 20 personalidades ligadas à investigação das apostas on-line e de seus impactos no orçamento das famílias brasileiras.
Confira a seguir quais foram os convocados da CPI das Bets e os motivos que levaram cada um a ser investigado.

Os convocados da CPI das Bets
Um dos primeiros convocados da CPI das Bets foi o empresário Fernando Oliveira Lima, conhecido como Fernandin OIG. Ele era apontado como o responsável pela operação do “jogo do tigrinho” no Brasil. O aplicativo de apostas foi desenvolvido pela empresa PG Soft, sediada em Malta.
O “Fortune Tiger” funciona como uma máquina caça-níqueis virtual. Conforme a relatora da comissão, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), a empresa One Internet Group, de Fernando, seria a principal responsável pela divulgação do jogo entre o público brasileiro.
Fernando Oliveira Lima, o Fernandin OIG – Foto: Edilson Rodriges/Agência Senado/ND
À época, a empresa afirmou atuar no ramo de anúncios em redes sociais, mas negou ter qualquer relação oficial com a PG Soft.
Além dele, o proprietário do site brasileiro de apostas Sportingbet, Marcus da Silva, também foi investigado pelos senadores. O mesmo ocorreu com o CEO da Bet Nacional, João Studart. A intenção era obter informações sobre o funcionamento das empresas e sua conformidade com a legislação.
Representantes do segmento das Bets foram ouvidos pelo Senado Federal – Foto: Saulo Cruz/Agência Senado/ND
No mesmo período, foram ouvidos os delegados Erick Salum, do Distrito Federal, e Paulo Gustavo Gondim Borba Correia de Sousa, de Pernambuco.
Ambos atuam em operações envolvendo as Bets no Brasil. O delegado de polícia de Alagoas Lucimério Barros Campos, por sua vez, comandou a operação “Game Over”, que desvendou um esquema de promoção de jogos de azar clandestinos envolvendo influenciadores digitais.
Ele esclareceu detalhes da ação policial na comissão. Regis Anderson Dudena, secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, também foi ouvido pela CPI. Sua participação visava explicar como o governo lida com o mercado de apostas, suas medidas de controle e fiscalização.
Regis Anderson Dudena, secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda – Foto: Pedro França/Agência Senado/ND
No mesmo âmbito, a CPI das Bets ouviu a superintendente de Fiscalização da Anatel, Gesilea Fonseca Teles, que defendeu a ampliação das atribuições legais da Agência Nacional de Telecomunicações para fortalecer a fiscalização e as sanções sobre o setor.
Gesilea Fonseca Teles na CPI das Bets – Foto: Roque de Sá/Agência Senado/ND
O secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, informou aos senadores que o órgão criou um grupo de trabalho para analisar os dados de movimentação financeira enviados pelas empresas investigadas. Nesse contexto, a advogada Adélia de Jesus Soares foi convidada a depor.
Ela é proprietária da Payflow Processadora de Pagamentos Ltda. O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), entretanto, concedeu um habeas corpus que dispensou sua presença na comissão. A convocação havia partido de um requerimento da relatora da comissão.
“As investigações indicam que a referida advogada teria colaborado com uma organização estrangeira para estruturar e operar ilegalmente jogos de azar no território nacional, utilizando a empresa Playflow como fachada”, justificou Soraya Thronicke sobre a presença de Adélia de Jesus na CPI.
“A Playflow teria sido instrumentalizada para movimentações financeiras irregulares, com indícios de lavagem de dinheiro e transações realizadas em desacordo com as normas do Banco Central, mediante o uso de documentos inidôneos e mecanismos fraudulentos”, finalizou.

O mesmo ocorreu com a influenciadora digital Deolane Bezerra dos Santos. A intenção era entender como ela usa sua plataforma para atrair consumidores às casas de apostas. Ela, contudo, foi dispensada pelo Supremo Tribunal Federal — o que foi criticado pelos senadores da CPI.
Entre os demais convidados da CPI das Bets está o empresário e ex-apostador André Holanda Rodrigues Rolim, um ludopata (viciado em jogos) em recuperação. Ele testemunhou sobre os riscos que as apostas podem trazer para a saúde mental e financeira das pessoas.
André Holanda Rodrigues Rolim está entre os convocados da CPI das Bets – Foto: Saulo Cruz/Agência Senado/ND
Além dele, o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo da Silva, também prestou depoimento.
Ele detalhou aos senadores os efeitos nocivos dos vícios em jogos. Já Gabriel Galípolo falou em nome do Banco Central.
Ele afirmou que “o Banco Central do Brasil não tem a competência legal para fiscalizar ou aplicar sanções em decorrência de transações destinadas a apostas de cota fixa realizadas com pessoas jurídicas não autorizadas a exercer essa atividade”.
“O alcance do BC reside no controle das instituições autorizadas por nós a funcionar e está limitado à legislação vigente”, frisou.
Gabriel Galípolo na CPI das Bets – Foto: Saulo Cruz/Agência Senado/ND
Os influenciadores digitais Virgínia Fonseca e Rico Melquiades também foram convidados da CPI das Bets. Eles foram ouvidos nesta semana.
“Como uma das maiores personalidades da internet no Brasil, Virgínia desempenha um papel central na promoção de marcas e serviços, incluindo campanhas publicitárias relacionadas a jogos de azar e apostas on-line”, justificou Soraya Thronicke na convocação da mesma.
Já Melquiades foi convocado para esclarecer seu envolvimento em investigações policiais relacionadas a apostas.
A questão Peach Blossom na CPI das Bets
A CPI das Bets prendeu o empresário Daniel Pardim Tavares Lima durante seu depoimento sob acusação do crime de falso testemunho.
Segundo os senadores, Pardim negou informações consideradas verdadeiras pelos parlamentares. Conforme Soraya, Pardim mentiu ao dizer que não conhece a sócia de sua empresa — Peach Blossom River Technology —, Adélia de Jesus Soares, que foi dispensada da Comissão Parlamentar.
Segundo a relatora, a empresa participa da Payflow, que presta serviços às apostas on-line e está sendo investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal por indícios de lavagem de dinheiro e transferências ilegais. A ideia era entender a estrutura empresarial da Peach Blossom.
Vale ressaltar ainda que Adélia é advogada da influencer Deolane Bezerra, que também não atendeu à convocação.
Daniel Pardim Tavares Lima foi preso em flagrante durante a CPI das Bets – Foto: Saulo Cruz/Agência Senado
*Todas as informações sobre os convocados da CPI das Bets foram retiradas diretamente da Agência Senado.

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