Curso de Formação de lideranças indígenas para a COP 30 – Foto: Rafa Neddermeyer/COP30 Amazônia Brasil/PR
Em novembro de 2025, os olhos do mundo estarão voltados para o Brasil, e a pergunta é: por que a COP 30 será em Belém? A decisão de levar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima para a capital paraense reflete uma combinação estratégica de fatores políticos, ambientais e simbólicos que posicionam a Amazônia no centro das discussões globais sobre a crise climática.
Por que a COP 30 será em Belém? O papel crucial da Amazônia
Uma razão central para entender por que a COP 30 será em Belém está no papel vital da floresta amazônica no equilíbrio climático. A Amazônia funciona como um dos maiores sumidouros de carbono do planeta, absorvendo enormes quantidades de dióxido de carbono e ajudando a conter o aquecimento global.
Além disso, a região abriga cerca de 10% da biodiversidade conhecida no mundo. A escolha de Belém para sediar a COP 30 reforça a necessidade de preservar não apenas o clima, mas também os ecossistemas e modos de vida que dependem da floresta.
A realização da conferência na entrada da maior floresta tropical do mundo evidencia a urgência de proteger este bioma ameaçado e destaca internacionalmente a responsabilidade compartilhada em preservar a Amazônia.
Além da Amazônia, o evento terá destaque para as florestas ao redor do mundo, especialmente nos países do chamado Sul Global. A área desmatada da Mata Atlântica, também no Brasil, mais que sobrou em uma década, por exemplo. Para reverter esse cenário, a COP 30 deve reforçar o compromisso de países desenvolvidos com um fundo dedicado a ações climáticas globais.
A articulação política brasileira para a COP 30 em Belém
Outro fator relevante para explicar por que a COP 30 será em Belém foi a atuação estratégica do governo brasileiro. Desde o início do mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva priorizou a realização do evento em território amazônico, reforçando o compromisso do Brasil com a agenda climática e a recuperação de sua imagem ambiental no exterior.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, atuaram diretamente nas negociações diplomáticas, destacando a importância de dar protagonismo às regiões mais afetadas pelas mudanças climáticas.
O apoio unânime do grupo de países da América Latina e do Caribe à candidatura de Belém foi um diferencial importante para consolidar a decisão no âmbito das Nações Unidas.
Inclusão regional e justiça climática: por que a COP 30 será em Belém
Uma dimensão essencial para entender por que a COP 30 será em Belém é o esforço de inclusão regional. Tradicionalmente, as grandes conferências climáticas ocorreram em centros urbanos altamente desenvolvidos, afastados das realidades mais vulneráveis.
A escolha de Belém representa uma inversão desse padrão, permitindo que lideranças indígenas, comunidades ribeirinhas, quilombolas e pequenos produtores amazônicos tenham voz ativa no evento. Essas populações vivem na linha de frente das consequências das mudanças climáticas e trazem contribuições valiosas para as soluções de adaptação e mitigação.
Dar centralidade a essas vozes reforça o princípio da justiça climática, reconhecendo que aqueles menos responsáveis pelas emissões de carbono são paradoxalmente os mais afetados por seus impactos.
Grupo Especializado de Fiscalização (GEF) realiza operação de combate a garimpo ilegal de ouro no Rio Jamanxim, no Pará, limite da Floresta Nacional Itaituba II. – Foto: Felipe Werneck/Ibama
Impacto da COP 30 nas populações locais
Além de ser uma oportunidade para as populações tradicionais se expressarem, a escolha de Belém trará visibilidade às realidades locais. As comunidades amazônicas são diretamente impactadas pelas mudanças climáticas, enfrentando desafios como o aumento das temperaturas, alterações no regime de chuvas e a diminuição de recursos naturais.
Essa visibilidade no palco global tem o potencial de gerar um maior apoio internacional e nacional para a implementação de políticas públicas voltadas para a adaptação climática e a promoção de práticas sustentáveis, essenciais para a preservação da Amazônia.
Em abril de 2025, o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, e Ana Toni, CEO da Conferência no Brasil, participaram de atividade no Acampamento Terra Livre (ATL), coordenado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).
Acampamento Terra Livre – Foto: COP30 Amazônia
O ATL ocorre anualmente e é considerado a maior mobilização indígena do Brasil. Neste ano reuniu lideranças de diversas etnias para discutir direitos territoriais, sustentabilidade e justiça climática.
Infraestrutura de Belém para sediar a COP 30
Parte da resposta sobre por que a COP 30 será em Belém também está na preparação da cidade. Belém já iniciou projetos de modernização do aeroporto internacional, com expansão da capacidade de embarque e desembarque, além de investimentos em segurança e transporte público.
A rede hoteleira está em expansão para atender à demanda esperada de aproximadamente 50 mil visitantes, entre chefes de Estado, diplomatas, cientistas, jornalistas e ativistas.
O governo estadual e a prefeitura de Belém também anunciaram projetos de mobilidade urbana sustentável, como corredores de ônibus elétricos e programas de reciclagem e gestão de resíduos. As obras deixarão um legado permanente de desenvolvimento sustentável para a população local, por que a COP 30 será em Belém.
Legado da COP 30 para a Amazônia
Entender por que a COP 30 será em Belém é também reconhecer a oportunidade de impulsionar projetos estruturantes para a Amazônia. A expectativa é que o evento catalise investimentos em bioeconomia, inovação tecnológica, educação ambiental e fortalecimento das cadeias produtivas sustentáveis.
Entre os projetos prioritários, estão a criação de novos polos de pesquisa científica sobre mudanças climáticas, financiamento para planos estaduais de combate ao desmatamento ilegal e incentivos à produção agroflorestal, que alia conservação e geração de renda para comunidades tradicionais.
A realização da COP 30 em Belém também deve acelerar a regularização fundiária de territórios indígenas e de comunidades extrativistas, reconhecendo seus direitos ancestrais como estratégia fundamental para a conservação da floresta.
Urgência climática
Em um cenário de recordes históricos de temperatura, como o registrado no Brasil em 2024, entender por que a COP 30 será em Belém ganha ainda mais importância. Os impactos das mudanças climáticas são visíveis em todas as regiões do planeta, mas afetam de forma desproporcional os ecossistemas tropicais e suas populações.
Assim, por que a COP 30 será em Belém, a conferência serve como um lembrete contundente de que não há mais tempo a perder. As decisões que serão tomadas durante o evento podem definir os rumos da ação climática global nas próximas décadas.
Especialistas apontam esta edição, por que a COP 30 será em Belém, é decisiva para revisar as metas de redução de emissões estabelecidas no Acordo de Paris. A expectativa é aumentar o nível de ambição dos compromissos climáticos nacionais (NDCs), com foco especial nas florestas e nos oceanos, que registram mais calor, acidez e fome marinha.
Por que a COP 30 será em Belém, a Amazônia ocupará não apenas o espaço simbólico, mas também o espaço político das negociações climáticas, influenciando a formulação de políticas públicas globais e nacionais para enfrentar a crise ambiental.