Nem toda ajuda é bem-vinda; a Síndrome do Cavaleiro Branco pode afastar quem mais queremos proteger – Foto: Imagem gerada por IA/ND
Querer proteger aqueles que amamos não é um problema e, em geral, é considerado uma atitude nobre. Porém, há limites que delimitam o que é aceitável em determinadas circunstâncias.
Quando esses limites são ultrapassados e a proteção às pessoas próximas transforma-se em uma compulsão, esse comportamento pode indicar que algo não está em equilíbrio, revelando os primeiros sinais da Síndrome do Cavaleiro Branco.
A síndrome do cavaleiro branco
Segundo a Dra. Catherine Hormats, psicóloga e psicanalista, ao portal americano Parade, a Síndrome do Cavaleiro Branco descreve indivíduos com uma necessidade de “consertar” ou “resgatar” os outros.
Hormats esclarece que esses comportamentos podem prejudicar tanto quem oferece a “ajuda” quanto quem a recebe.
A síndrome do cavaleiro branco transforma boas intenções em relações marcadas por controle – Foto: Freepik/ND
“Também já foi chamado de ‘salvadorismo’, ‘complexo de messias’, ‘complexo de donzela em perigo’, ‘heroísmo’ e ‘narcisismo do cavaleiro branco ‘”, diz a especialista ao Parade.
Sinais da síndrome do cavaleiro branco
Ajuda percebida como controle: quem tem a Síndrome do Cavaleiro Branco oferece ajuda que pode parecer, na verdade, uma forma de manipulação, motivada pela necessidade de preencher seus próprios vazios emocionais;
Foco no “salvador”: as ações acabam girando mais em torno do desejo de ser visto como herói, resultando em conselhos e gestos que nem sempre correspondem ao que a outra pessoa realmente precisa;
Sentimento de invisibilidade: quem recebe a ajuda pode se sentir desvalorizado, como se suas emoções e sua autonomia fossem ignoradas;
Afastamento emocional: apesar da intenção de cuidar, esse comportamento pode criar barreiras e afastar as pessoas;
Codependência: segundo a especialista, a relação pode se tornar dependente, com quem é “salvo” buscando repetidamente o conforto ou a aprovação do “salvador”;
Anulação das próprias emoções: quem recebe a ajuda pode acabar negligenciando seus sentimentos e desejos, gerando confusão emocional e mal-estar a longo prazo.
Como lidar com a Síndrome do Cavaleiro Branco
Estabelecer limites é um dos primeiros passos para lidar com a Síndrome do Cavaleiro Branco – Foto: Freepik/ND
Para quem vive relações marcadas pela Síndrome do Cavaleiro Branco, a psicóloga Dra. Hormats recomenda algumas atitudes importantes.
É muito importante refletir e conversar sobre as verdadeiras intenções por trás da vontade de ajudar, para entender melhor a relação.
Depois, estabelecer limites claros, deixando claro até onde cada um pode ou quer ir, evitando que a ajuda vire excesso ou controle.
A especialista reforça que é de extrema importância expressar como esse comportamento faz você se sentir para a pessoa com a Síndrome, mostrando que, mesmo com boas intenções, ele pode gerar incômodos ou sensação de perda de autonomia.