PSDB e a fusão pela sobrevivência; e mais: TCU de olho em Canelinha e crítica de Bornhausen

Fusão PSDB e Podemos – Foto: PSDB/Divulgação
A decisão do PSDB de aprovar, por ampla maioria, a fusão com o Podemos, representa mais do que uma simples reconfiguração partidária: é um movimento claro de sobrevivência.
O partido que já foi protagonista da política nacional, com presença constante em disputas presidenciais e forte influência nos Estados, hoje se vê diante das restrições impostas pela cláusula de barreira e do esvaziamento progressivo de suas bases. A fusão é, antes de tudo, uma tentativa de evitar a irrelevância.
A escolha por se unir ao Podemos, uma sigla de porte médio e perfil ideológico relativamente compatível, foi estratégica. Com o novo arranjo, o PSDB busca não apenas somar cadeiras no Congresso — sete senadores e 28 deputados, no total — mas garantir a manutenção de sua estrutura partidária e um mínimo de protagonismo no cenário nacional.
A aprovação com 98% de adesão na convenção desta quinta-feira (05), em Brasília, mostra que há um consenso interno: ou o partido se reinventa, ou desaparece.
O momento é crítico. Durante o processo de negociação da fusão, o PSDB perdeu dois de seus três governadores — Eduardo Leite e Raquel Lyra — para o PSD. Resta apenas Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul, como último representante tucano no Executivo estadual. Essa debandada evidencia o enfraquecimento do partido e reforça a leitura de que a união com o Podemos é menos uma aliança ideológica e mais um gesto pragmático.
Ainda em construção, o novo partido, batizado provisoriamente de PSDB+Podemos, deverá passar por uma reorganização profunda, que inclui a elaboração de um novo estatuto e programa.
A disputa por espaço também está em aberto: a presidência da nova sigla pode recair sobre Renata Abreu, atual líder do Podemos, ou ser dividida em um sistema de rodízio com lideranças tucanas. Essa indefinição reflete os desafios de acomodação interna em um partido que nasce com o peso da urgência.
Mais do que preservar cadeiras, o objetivo do PSDB é resgatar relevância. A cúpula tucana já articula a formação de uma federação com partidos maiores, como MDB ou PSD, de olho em 2026. A fusão com o Podemos é, nesse contexto, o primeiro passo de um plano maior: construir uma candidatura presidencial viável e manter algum protagonismo no próximo ciclo eleitoral.
Mandato em ação
A Alesc sediará, no dia 9 de julho, o Encontro Seac – Mandato em Ação, Comunicação Estratégica e Eficiente. Idealizado pela secretária geral da Alesc, Marlene Fengler, o evento busca qualificar vereadores, principalmente os de primeiro mandato.
A programação inclui oficinas e palestras sobre oratória, redes sociais, imprensa e imunidade parlamentar. O encontro será no Auditório Antonieta de Barros, das 9h às 17h30. As inscrições são gratuitas e feitas pelo Sympla. As vagas são limitadas.
Canelinha
O TCU (Tribunal de Contas da União) fez auditoria para fiscalizar o uso de recursos federais repassados por transferências especiais a municípios. Canelinha está entre os 12 municípios analisados no período de 1º de janeiro de 2021 a 30 de setembro de 2024.
No caso da cidade, o TCU emitiu um alerta à prefeitura. O motivo é o possível risco de irregularidades ligadas à revogação da suspensão do processo de licitação ocorrido em 2023. Caso confirmadas, essas falhas podem gerar sanções conforme a Lei 8.443/1992. O processo segue em acompanhamento pelo tribunal.
Imobilismo
Jorge Bornhausen, figura influente do PSD nacional, voltou a declarar apoio à pré-candidatura de João Rodrigues ao governo do Estado em 2026. Em vídeo exibido no encontro estadual do partido (foto), na noite de ontem, em Criciúma, ele afirmou que “o PSD vai, sim, ter candidato, e será João Rodrigues”.
A declaração é vista como resposta ao recente encontro entre o governador Jorginho Mello (PL) e o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, ocorrido semana passada em São Paulo. Bornhausen também criticou a gestão atual, chamando-a de “governo do imobilismo”. O evento em Criciúma reuniu lideranças do PSD, PP e União Brasil.
Censura
A deputada federal Carol De Toni (PL-SC), líder da Minoria na Câmara, protocolou o projeto de lei 2.725/25 para revogar trechos da lei 7.716/1989 que, segundo ela, vêm sendo usados para censurar manifestações artísticas. A proposta surge após a condenação do humorista Léo Lins por piadas em show de stand-up. A parlamentar defende a retirada dos artigos 20-A e 20-C, incluídos pela lei 14.532/2023.
Para a deputada, os dispositivos ferem a liberdade de expressão. “Prisão por opinião é inaceitável em uma democracia”, declarou. Ela também afirma que jornalistas e artistas estão sendo perseguidos “por palavras, não por atos”.

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