Homem que mandou matar indigenista e jornalista é denunciado

O indigenista brasileiro Bruno Pereira (esq.) e o jornalista britânico Dom Phillips (dir.), mortos em 2022Reprodução

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta quinta-feira (5), o mandante dos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips, um indigenista brasileiro e um jornalista britânico mortos após se oporem a exploração ilegal das terras. O crime ocorreu em 5 de junho de 2022, na região do Vale do Javari, no estado do Amazonas.

A denúncia formal indica Rúben Dario da Silva Villar, conhecido como “Colômbia”, como o mandante. Segundo a Polícia Federal, ele é um traficante de drogas e chefe de organização criminosa que pratica pesca e caça ilegal.

Ele era suspeito do crime desde junho de 2022, quando foi preso pela primeira vez ao apresentar uma identidade falsa ao ser chamado para depor na sede da Polícia Federal em Tabatinga (AM). O acusado, de nacionalidade peruana, já havia sido indiciado pela Polícia Federal em novembro de 2024 e está preso preventivamente.

O crime

Rúben Dario da Silva Villar, conhecido como ‘Colômbia’Reprodução/Rede Amazônica

Bruno e Dom foram mortos a tiros em 2022 quando viajavam juntos pela Amazônia para que o jornalista britânico coletasse dados para um livro que estava escrevendo sobre como salvar a floresta. O crime aconteceu entre os municípios amazonenses de Guajará e Atalaia do Norte.

Os dois desapareceram após passar pela comunidade de São Rafael. Os corpos só foram encontrados dias depois, enterrados em área de mata.

De acordo com o MPF, Dom e Bruno foram assassinados por se oporem aos interesses de grupos criminosos que exploram ilegalmente os recursos naturais da região.

“Há exatamente três anos, Bruno e Dom sofreram uma emboscada e foram assassinados por motivo torpe – desprezível, com perversidade – e de forma cruel, sem chance de defesa”, destacou a denúncia.

Outros denunciados

Em 22 de julho de 2022, o MPF já havia denunciado três pessoas pelos assassinatos: Amarildo da Costa Oliveira (conhecido pelo “Pelado”), Oseney da Costa de Oliveira (“Dos Santos”) e Jefferson da Silva Lima (“Pelado da Dinha”) por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Eles se tornaram réus e foram presos preventivamente e vão ser julgados em júri popular.

Em junho de 2024, a Justiça Federal recebeu a denúncia do MPF contra cinco homens, que passaram a ser réus em ação penal por participação na ocultação dos corpos de Bruno e Dom. 

Dos cinco réus – Francisco Conceição de Freitas, Eliclei Costa de Oliveira, Amarílio de Freitas Oliveira, Otávio da Costa de Oliveira e Edivaldo da Costa de Oliveira – os quatro últimos responderão, ainda, por corrupção de menor por terem convencido um jovem com menos de 18 anos a participar do crime.

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