Dinossauro caixeiro e outros: por que Joinville é considerada o ‘berço’ dos ladrões de banco?

Joinville é considerada o “berço” dos caixeiros do país – Foto: Divulgação/ND
Joinville é considerada a cidade “berço” dos caixeiros, como são chamados os arrombadores, ou ladrões de banco. Segundo o delegado Murillo Batalha, dois fatores ajudam a explicar por que a cidade se tornou referência nesse tipo de crime: o perfil industrial e a “tradição” passada de geração em geração.
O principal motivo, de acordo com o delegado, é o fato de Joinville ser um pólo metal mecânico. “Esse contexto facilita o acesso dos criminosos ao conhecimento técnico sobre máquinas, ferramentas e dispositivos usados em arrombamentos”, explica.

Além disso, existe uma questão geracional. “Nas nossas investigações, vimos que os ‘ensinamentos’ foram repassados de pai para filho. Além de que, outras investigações descobriram que criminosos mais antigos recebem para ensinar os mais novos que desejam entrar nesse ramo”, explica.
De dinossauro caixeiro, falsas identidades, a vida de luxo ostentada nas redes sociais, os maiores arrombadores de banco do país já causaram prejuízos milionários.
Dinossauro caixeiro
Um dos casos muito conhecidos em Joinville foi o “Dinossauro caixeiro”.  Maicon André Schulp, de 36 anos, ficou conhecido depois que se vestiu de dinossauro para dar um “presente” aos filhos.
O personagem logo ganhou a simpatia dos joinvilenses e a presença do “Dino” era comum em eventos e locais abertos.
Ele foi condenado a três anos e quatro meses, em 2021, por conta de um furto qualificado contra um caixa eletrônico de Tupã, em São Paulo, mas, segundo investigação, outros crimes aconteceram entre novembro de 2012 e março de 2013.
Caixeiro fantasma
Denis Galdino é um dos maiores ladrões de banco do país. Ele foi preso em março deste ano, pelas Polícias Civis do Rio de Janeiro e de Santa Catarina.
Através de documentações falsas, ele manipulava sua identidade, se passando por outras pessoas. Em um dos casos, ele se passou por um jornalista que atuava no Paraná e causou um transtorno na vida do profissional que passou dois anos tendo que provar sua inocência.
Segundo a Polícia Civil, ele participou do furto de meio milhão de reais que aconteceu em um banco de Joinville, em 2024. Foi quando ele tentou fugir e se esconder no Rio de Janeiro.
Conforme a Polícia Civil, ele tem antecedentes criminais em 17 estados e entre eles estão São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

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Denis Galdino participou de um furto de meio milhão de reais – Divulgação/Polícia Civil/ND

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Denis Galdino, um dos maiores ladrões de banco do Brasil – Divulgação/Polícia Civil/ND

O “Galego”
Salézio de Souza, mais conhecido como Galego, foi preso pela DIC (Divisão de Investigação Criminal) em Barra Velha, em 2021. Segundo a polícia, ele morava a 100 metros da praia e vivia uma vida de luxo.
Depois de sair da prisão em Santa Catarina, ele foi para o nordeste. Lá ele se envolveu em um roubo a uma joalheria e acabou preso novamente.
Galego viveu a maior parte da vida em Joinville e é autor de diversos arrombamentos a banco no país, além de ter dois mandados de prisão em aberto expedidos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Ele também estava sendo investigado pela DIC de Joinville pelo crime de lavagem de dinheiro.
Segundo o delegado Murillo Batalha, Galego é suspeito de causar um prejuízo de, pelo menos, R$ 3  milhões em apenas uma instituição bancária nos últimos quatro anos.
Foi justamente essa instituição que reuniu imagens sobre a participação dele nos crimes e motivou a atual investigação.

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Galego ostentava vida de luxo nas redes sociais – Polícia Civil

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Galego foi preso em Barra Velha – Polícia Civil

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