Com vacinação lenta, SC vê mortes por influenza quase dobrarem em poucos meses

Febre é um dos principais sintomas de gripe – Foto: Banco de Imagens/ND
O número de mortes por influenza cresceu 90% em Santa Catarina, ao longo de 2025. Os dados são da SES (Secretaria de Estado da Saúde) e acendem um alerta para a baixa cobertura vacinal em meio ao período mais frio do ano.
Entre os meses de janeiro e junho deste ano, foram registrados mais de seis mil casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), provocados pelos vírus causadores de gripe e influenza.

Dados do boletim epidemiológico da Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) apontam que dentre os registros relacionados à SRAG, a maior incidência é causada por Outros Vírus, com 2.285 casos (37,7%); seguido do causador da Influenza, com 1.121 casos (18,5%); e Covid-19, com 251 casos (4,1%).
Em meio à alta nos casos de SRAG, internações hospitalares e mortes por influenza disparam em Santa Catarina – Foto: Almeri Cezino/ Secom Itajaí/ Divulgação
A condição reflete, ainda, no número de internações hospitalares em todo o estado, que já atinge 94,2% dos leitos disponíveis em Santa Catarina. A situação é pior nas regiões Oeste, Planalto Norte e Nordeste, onde 99% dos leitos estão ocupados, Meio-Oeste (96,2% de ocupação) e Grande Florianópolis (95,7%).
Mortes por influenza disparam em Santa Catarina
Conforme levantamento realizado pela SES, ao menos 126 pessoas morreram vítimas de influenza ou gripe grave no estado, entre os meses de janeiro e maio de 2025. No mesmo período do ano anterior, foram 66 mortes por influenza. Os dados representam um crescimento de 90% no número de óbitos.
“A SRAG é uma condição clínica de alta relevância para a saúde pública devido a sua gravidade, capacidade de transmissão e impacto nos serviços de saúde”, explica Fábio Gaudenzi, médico infectologista e superintendente de Vigilância em Saúde da SES.
Apenas 43,3% do público-alvo está vacinado contra a influenza em Santa Catarina – Foto: Prefeitura de Joinville/Divulgação/ND
O maior número de mortes está concentrado em um dos principais alvos da campanha de vacinação: os idosos. Foram registradas, até o momento:

31 mortes entre a faixa etária de 60 e 69 anos,
27 mortes entre 70 e 79 anos;
25 mortes acima dos 80 anos.

Óbitos podem estar relacionados a baixa cobertura vacinal
Para a secretaria da Saúde, o número de mortes por influenza pode estar relacionado com a baixa cobertura vacinal. Para a pasta, a imunização continua sendo a forma mais eficaz de prevenção contra a doença, que circula em diferentes variantes a cada ano e pode levar a complicações graves.
“Reforçamos a importância da vacinação contra a Influenza, bem como das medidas não farmacológicas de prevenção. O diagnóstico precoce e o tratamento tem o objetivo de reduzir a transmissão da doença e apoiar as ações assistenciais, reduzindo a pressão nas unidades de saúde”, ressalta Fábio Gaudenzi.
Idosos estão entre as principais vítimas de mortes por influenza – Foto: Reprodução/NDTV
Segundo dados do Ministério da Saúde, apenas 43,37% do público alvo em Santa Catarina foi imunizado. O grupo é composto por crianças, idosos e gestantes, totalizando 1.926.542 pessoas. Em todo o estado, foram aplicadas 1.839.152 vacinas contra a influenza, dentre vacinas com primeira e segunda doses, ou aplicação única.
Como diferenciar SRAG e gripe?
Segundo a secretaria da Saúde, ps principais sintomas de Síndrome Respiratória Aguda Grave são:

Dispneia ou desconforto respiratório;
Dor ou pressão persistente no tórax;
Saturação de oxigênio inferior a 94% em ar ambiente;
Coloração azulada dos lábios ou rosto (cianose).

A gripe, por sua vez, tem como principais sintomas:

Febre;
Dor de garganta;
Tosse;
Dor no corpo e de cabeça.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.