Registro raro de onça-parda confirma presença em SC após anos sem flagrantes – Foto: Ar Livre Ecoturismo e NEVS/ND
Uma onça-parda foi flagrada por uma câmera de monitoramento em uma área de vegetação no município de Campo Erê, no Extremo-Oeste catarinense, no fim da tarde do dia 4 de junho.
O registro é considerado inédito na região fora de unidades de conservação e reforça a importância da preservação de habitats naturais. A espécie está classificada como vulnerável à extinção em Santa Catarina e no Brasil.
Registro raro de onça-parda confirma presença em SC
A imagem foi captada às 18h26 por um equipamento instalado para monitoramento ambiental, parte de um projeto de pesquisa conduzido em parceria entre o Núcleo de Estudos em Vida Selvagem e a empresa Ar Livre Ecoturismo.
Segundo o biólogo e doutor em biologia Jackson Preuss, o registro é extremamente relevante por ocorrer fora de unidades de conservação, o que não acontecia havia anos na região.
“É um registro muito raro. A maioria dos avistamentos recentes no Estado acontecem dentro de áreas protegidas. Este é o primeiro flagrante de uma onça-parda adulta em seu habitat natural, fora de uma unidade de conservação, no Extremo-Oeste catarinense”, explica o biólogo.
Registro raro de onça-parda confirma presença em SC após anos sem flagrantes – Vídeo: Ar Livre Ecoturismo e NEVS/ND
Símbolo da biodiversidade
A onça-parda, também conhecida como puma ou leão-baio, é o único felino de grande porte ainda presente em Santa Catarina, já que a onça-pintada está extinta no Estado. Machos adultos podem ultrapassar 80 quilos, sendo animais solitários, territoriais e com hábitos noturnos.
Preuss destaca que a presença desse predador indica um ambiente ainda capaz de sustentar cadeias alimentares completas: “São animais extremamente sensíveis às mudanças ambientais. Onde há desmatamento, caça ou fragmentação florestal, os grandes felinos são os primeiros a desaparecer. É um sinal de esperança.”
Segundo registro recente da espécie
Este é o segundo registro recente da espécie no Extremo-Oeste. Em 2024, um morador de Campo Erê filmou um exemplar jovem em deslocamento próximo à zona rural. A partir desse episódio, os pesquisadores passaram a intensificar o monitoramento na região.
“Agora, conseguimos comprovar a presença de um adulto em plena atividade. Isso indica que esses animais ainda ocupam fragmentos florestais aqui”, afirma o biólogo.
O monitoramento integra um projeto que busca aproximar turismo ecológico, ciência e educação ambiental. “Queremos que a população entenda que ter um animal como esse na região é algo extremamente positivo. Mostra que ainda existem áreas preservadas, com capacidade de abrigar espécies ameaçadas”, ressalta Preuss.
Espécie vulnerável e ameaçada pela ação humana
A onça-parda está oficialmente listada como vulnerável tanto na lista estadual quanto na nacional de espécies ameaçadas de extinção. Entre os principais fatores que colocam sua sobrevivência em risco estão a caça predatória, a perda de habitat e a fragmentação florestal causada pela expansão agropecuária e urbana.
“A presença desse animal nos mostra que ainda há tempo de reverter parte do dano ambiental. É um registro que nos motiva a continuar trabalhando pela conservação da fauna silvestre catarinense”, conclui Preuss.