Segundo a Dra. Vanessa Novaes, especialista e doutora em Neurociência, a paixão e o amor envolvem processos distintos no cérebro. Quando você está apaixonado, seu cérebro passa por mudanças intensas e temporárias, semelhantes às observadas em condições como a demência temporária ou o transtorno obsessivo-compulsivo.
Será que você está apaixonado mesmo? Saiba as mudanças – Foto: Freepik/Divulgação/NDa
Você está apaixonado?
Nessa fase inicial de um relacionamento, o cérebro libera altos níveis de dopamina, ocitocina, e cortisol, ativando o chamado “sistema de recompensa”, que gera uma sensação de prazer intenso e dependência.
É por isso que, na paixão, as pessoas tendem a sentir uma necessidade constante de proximidade com a outra, um estado comparável ao vício, explica a especialista.
Com o tempo, no entanto, esses níveis hormonais retornam ao normal. A Dra. Novaes aponta que, cerca de um a dois anos após o início da paixão, a relação pode evoluir para o que se chama de “amor companheiro”.
Nesse estágio, a ocitocina — conhecida como o “hormônio do amor” — ainda é liberada e contribui para a manutenção de laços profundos e duradouros, promovendo conexões que podem durar por décadas.
Laços afetivos
A Dra. Novaes ressalta que a ocitocina não se limita ao amor romântico, mas é fundamental para diversos laços afetivos, incluindo o vínculo entre pais e filhos.
Durante a amamentação, por exemplo, tanto a mãe quanto o bebê produzem ocitocina, fortalecendo a ligação necessária para o desenvolvimento e sobrevivência humana.
Esse hormônio, portanto, desempenha um papel crucial nas conexões interpessoais e no comportamento de cuidado e empatia, necessários para a continuidade e bem-estar da espécie humana.