Por trás de um quarto bagunçado e uma cama desarrumada, nem sempre está uma pessoa desorganizada. Segundo a psicóloga Natalia Queiroz Nunes de Oliveira, é possível que a desordem em um ambiente diga muito mais sobre quem vive nele do que apenas indicar um descuido.
O que uma cama desarrumada revela sobre você? – Foto: Freepik/Divulgação/ND
Cama desarrumada e quarto bagunçado
Elementos psicológicos podem estar envolvidos, e o que parece ser apenas uma questão de limpeza e organização, na verdade, pode refletir aspectos mais profundos da personalidade ou da saúde mental.
Para muitos, o ideal de um lar impecável — como uma foto de revista — representa organização e tranquilidade. Outros, porém, preferem gastar o tempo de outras formas, e isso pode resultar em espaços menos organizados. Mas, ao contrário do que se pode imaginar, essa bagunça e a cama desarrumada não é necessariamente um sinal de descuido ou desleixo.
Saúde mental e organização
De acordo com Oliveira, um quarto bagunçado pode ter causas diversas. A falta de tempo é um motivo comum: tarefas acumuladas ou o ritmo intenso do dia a dia muitas vezes impedem que o espaço seja organizado na velocidade desejada, especialmente em lares com crianças. Ainda assim, uma desordem constante pode sinalizar algo mais profundo.
Cama desarrumada e o ambiente bagunçado podem indicar problemas? – Foto: Reprodução/ND
Em certos casos, uma bagunça recorrente pode estar ligada a condições psiquiátricas. Pessoas com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), por exemplo, podem sentir uma ansiedade intensa diante de qualquer desordem, enquanto aquelas que acumulam objetos, a ponto de não conseguirem organizar o espaço, podem estar lidando com um transtorno de acumulação.
A “personalidade” do quarto desorganizado
A psicóloga explica que, para algumas pessoas, a desordem reflete apenas a falta de tempo ou uma escolha de vida, sem qualquer problema psicológico subjacente.
Outros, por outro lado, podem ver na desorganização um reflexo de uma mente que se encontra em uma espécie de caos criativo. “Há aqueles que conhecem o lugar exato de cada coisa em meio a uma ‘bagunça organizada’, como Sigmund Freud, que costumava dizer ‘Não limpe a bagunça. Eu sei exatamente onde tudo está’”, exemplifica Oliveira.
O oposto também ocorre. Alguns indivíduos possuem um perfeccionismo que exige organização extrema; qualquer objeto fora do lugar pode gerar desconforto emocional, contribuindo para sentimentos de ansiedade e até depressão.
Fique atento aos sinais
O mais importante, segundo Oliveira, é estar atento ao que a bagunça ou a ordem extremada representam. Se a desorganização traz sofrimento ou se a tentativa de manter tudo em ordem resulta em ansiedade, pode ser hora de buscar ajuda.
“Ambientes desorganizados ou impecavelmente organizados são encontrados tanto na natureza quanto em espaços humanos. O essencial é entender como isso nos afeta e o que isso revela sobre nossa mente”, conclui Oliveira.