MP quer suspender festival de verão com Pabllo Vittar, Timbalada e outros artistas no Pará

Ação civil pública diz que há ‘incompatibilidade da realização do evento festivo com recursos públicos’ em Cametá, no nordeste do estado. Prefeito diz que cidade já pagou cachês maiores e ‘nunca se importaram’. Pabllo Vittar
Celso Tavares/g1
O Ministério Público do Pará (MPPA) entrou com uma ação pedindo a suspensão do festival de verão de Cametá, no nordeste do Pará, com atrações incluindo Timbalada, Tonny Garrido, Pabllo Vittar, Dom Juan, e outros artistas. A ação aponta “incompatibilidade da realização com recursos públicos”.
O valor estimado do festival é de aproximadamente R$ 1,5 milhão, podendo ultrapassar o montante, segundo o MP, considerando cachês de artistas de renome nacional.
A Justiça ainda não havia se manifestado sobre o assunto até esta segunda-feira (24). O g1 procurou a prefeitura de Cametá, que não se posicionou até a publicação da reportagem.
O prefeito de Cametá já havia se manifestado sobre críticas que o festival vinha recebido com o anúncio do show de Pabllo. Victor Cassiano (MDB) as descreveu como “preconceito estrutural enraizado na sociedade e que precisa ser combatido todos os dias”
“Já tivemos vários festivais com cachês maiores do que está sendo pago ao artista Pabllo Vittar e essas mesmas pessoas nunca se importaram. (…) estamos sendo atacados de forma leviana, por pessoas que não fazem nada para combater o preconceito que fere e mata todos os dias milhares de pessoas”.
O evento com tema “Diversidade” está programado para o último fim de semana de julho, nos próximos dias 28, 29 e 30.
No dia 28, foram anunciadas as apresentações de Timbalada e Tonny Garrido, na “Noite da Igualdade Racial”; dia 29, na “Noite da Diversidade”, foram confirmados shows de Pabllo Vittar, Dom Juan e DJ KSHV; e para encerrar no dia 30 de julho, estão na lista Eric Land, Durval e Mariana Fagundes.
Pedidos do MP
Por outro lado, o MP entendeu que “o município enfrenta diversas demandas sociais primárias não atendidas” e que “encontra-se em situação de emergência, com necessidades prementes nas áreas de saúde, educação e infraestrutura”.
A ação menciona casos de atrasos de pagamento de servidores na saúde; precariedade na prestação de serviços de educação; déficit na oferta de serviços médicos; falta de atendimento adequado às pessoas com deficiência, entre outros problemas.
O órgão pede a concessão de tutela de urgência para suspender o evento e “evitar o dispêndio de recursos públicos que poderiam ser destinados às ações essenciais para a população”.
Os promotores também querem que, em caso de descumprimento da decisão judicial, seja aplicada multa diária à gestão municipal e que o município divulgue nos canais oficiais de comunicação o cancelamento dos shows e eventos programados.
Leia mais notícias do estado no g1 Pará

Adicionar aos favoritos o Link permanente.