Reclamações tem sido relatadas em redes sociais, feitas por moradores e turistas que chegam a região paraense. Moradores de Belém reclamam de trânsito durante eventos pré-COP
Reprodução/Redes Sociais
A capital paraense recebe a Cúpula da Amazônia nesta terça-feira (7). Mas as programações de eventos que dialogam sobre a Amazônia já vêm movimentando a cidade nos últimos dias e alguns problemas acabaram sendo evidenciados por turistas e moradores, como superlotação dos espaços e trânsito intenso em diversos pontos de Belém. O termo “Imagina na COP” caiu na boca do povo e nas redes sociais.
O público começou a questionar os problemas da cidade a partir do inicio da programação dos Diálogos Amazônicos, que reuniu diferentes eventos paralelos com autoridades e sociedade civil do Brasil e de outros países amazônicos. O evento pré-Cúpula foi considerado pelo governo uma espécie de teste para a COP.
O evento e a Cúpula da Amazônia antecedem a Conferência das Partes (COP). Em 2025, Belém vai sediar o evento que envolve países de todo o mundo.
“Imagina na COP” começou a ser usado ao questionar se Belém terá suporto para esse grande evento internacional. Além de estar na “boca do povo”, há publicações na internet de pessoas relatando problemas, sendo o setor de hotelaria, espaços culturais, e o trânsito lento os maiores alvos de críticas.
Estação das Docas é um dos pontos turísticos mais procurados em Belém.
Ascom OS Pará 2000
Dentre os comentários nas redes sociais, o de uma paraense chama atenção ao relatar que durante sua visita a Estação das Docas, um dos principais pontos turístico de Belém, presenciou turistas reclamando sobre a falta locais para sentar e até dos poucos espaços para se hospedar na capital.
Atualmente, a rede hoteleira de Belém possui 25.367 mil leitos frente à demanda para a Cop, prevista em 60 mil pessoas. Para os eventos pré-Cúpula e a Cúpula, já houve dificuldades em acomodar as autoridades.
Paraense compartilha dificuldades enfrentadas por turistas em Belém
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As alterações no trânsito para passagem de comitivas e segurança do evento também é criticada pelos moradores, já habituados ao trânsito intenso e, por vezes, congestionado, de Belém.
Na segunda-feira (7), foi anunciado que duas principais vias serão bloqueadas em alguns trechos. O acesso será para motoristas credenciados e moradores que vivem próximo ao Hangar, onde a Cúpula ocorre. Os bloqueios no trânsito ocorrem na terça (8) e na quarta (9).
Trânsito tem bloqueios em avenidas próximas ao Hangar, onde ocorre a Cúpula em Belém
Semob
Alguns moradores que transitam na região e outros que precisam passar pelas avenidas afetadas reclamam pelo tempo que será necessário para se deslocar entre um espaço a outro. É o caso do paraense Alberto Lucas, que mora próximo de umas das vias afetadas. Antes da Cúpula, ele já estava precisando planejar a logística para chegar ao trabalho, o que deve se intensificar nos próximos dias.
“É difícil: a cidade toda lotada e não ter um suporte necessário pra aguentar esse tanto de gente e os milhares de carros todos os dias. Antes eu fazia meu trajeto em 25 minutos, agora preciso sair com o dobro de tempo pra tentar chegar no horário. Espero que tudo isso melhore até a COP”, relatou o morador.
Além dele, outros paraenses também reclamaram sobre o quantitativo de carros na cidade e duvidam se até a COP 30 Belém estará preparada para os muitos veículos que deve receber.
Em meio às críticas, os governos estadual e municipal dizem estarem fazendo melhorias na cidade: obras foram anunciadas e a expectativa é que a COP deixe um legado de infraestrutura para Belém e Pará, conforme a própria vice-governador do estado, Hana Ghassan, que é presidente do comitê estadual para o evento.
“Não estamos preocupados só com os 15 dias de evento. Nossa preocupação é com o pós também, que a gente possa deixar de fato um legado para a população. Não vamos ter nenhum ‘elefante [branco]’. Não estamos fazendo obra para a COP e depois não ter utilidade”, afirmou em julho em entrevista ao g1.
O Pará foi anunciado como um dos estados que receberá uma linha de crédito e investimentos para a COP 30. O presidente da BNDES, Aloizio Mercadante, assinou na segunda-feira (7) a carta de programa de crédito para MPMEs e Pequenos Empreendedores (Pro-Amazônia).
A iniciativa vai liberar US$ 900 milhões — o equivalente a R$ 4,5 bilhões, que podem ser distribuídos entre restaurantes, pequenas hospedarias, hotéis e setores ligados a essa atividade.
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