
Eduardo Bohac Ferreira da Rosa, de Presidente Prudente (SP), disse ao g1 que o pontífice sempre fez questão de lembrar a importância de viver o Evangelho e as virtudes ensinadas por Jesus Cristo. Prudentino Eduardo Bohac Ferreira da Rosa encontrou-se com o papa Francisco, no Vaticano
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“O papa Francisco sempre fez questão de lembrar a importância de buscar viver o Evangelho e as virtudes ensinadas por Cristo”, relembrou o seminarista Eduardo Bohac Ferreira da Rosa, de 36 anos, natural de Presidente Prudente (SP), ao g1. O religioso esteve no dia 20 de janeiro com o pontífice em uma breve audiência particular no Vaticano.
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“O papa Francisco recebeu a nossa comunidade do Almo Collegio Capranica, na Sala Clementina, dentro do Palácio Apostólico, no Vaticano. O Santo Padre nos dirigiu algumas palavras por ocasião da festa de Santa Inês, padroeira do nosso Collegio e, ao final, cada um pôde cumprimentá-lo”, contou Eduardo Rosa como foi o encontro ao g1.
O Almo Collegio Capranica está localizado em Roma, na Itália, onde Eduardo foi admitido às ordens sagradas em junho do ano passado. O território do colégio foi onde viveu a família de Santa Inês, uma jovem romana que, por volta dos 12 anos, foi martirizada após assumir ser cristã diante do imperador.
Eduardo Rosa ainda declarou que foi um momento de alegria para toda a comunidade.
“O papa Francisco sempre buscou se mostrar presente para o seu povo, e foi sobre isso que ele nos falou naquele dia. Ele pediu para nunca esquecermos das proximidades que um sacerdote deve ter: com Deus, com o bispo, com o povo, e entre nós mesmos. Essas proximidades marcaram o seu pontificado também pelo seu estilo sinodal, onde a Igreja missionária se coloca em caminho junto com cada homem e mulher irradiando a luz de Cristo. E é a este espírito missionário de caminhada que o Santo Padre nos chamou a seguir”, afirmou.
Ao final do discurso, o seminarista relatou que Francisco disse algo muito belo e que clama pela atenção de todos.
“Foi quando, após agradecer pelo serviço litúrgico que o Almo Collegio Capranica realiza nas Basílicas Papais, ele disse: ‘Não há liturgia cristã se os gestos que fazemos não forem acompanhados por uma vida de fé, esperança e caridade’”, relembrou.
Além disso, o médico e seminarista contou que teve a oportunidade de cumprimentar o papa pela primeira vez em 27 de outubro de 2024.
“Eu estava no serviço litúrgico da santa missa de Conclusão do Sínodo dos Bispos. Ele estava passando, mas, ao ouvir que eu era brasileiro, rapidamente, pediu para voltar até mim só para perguntar se cachaça é água e tirar uma boa risada de todos que estavam em volta”, afirmou ao g1.
Proximidade com as pessoas
Eduardo Rosa ressaltou que o pontífice sempre fez questão de lembrar a importância de buscar viver o evangelho e as virtudes ensinadas por Jesus Cristo.
“Isso se exprime dentro e fora da liturgia da Igreja, pois sem um testemunho verdadeiro pessoal de fé, esperança e caridade, não há liturgia cristã, e não há vida cristã verdadeira”, destacou o seminarista ao g1.
Ele ainda completou que esses esses ensinamentos podem ser reforçados pelo o que Francisco escreveu no número 209 de sua Carta Encíclica Dilexit.
“‘A missão, entendida a partir da irradiação do amor do Coração de Cristo, requer missionários apaixonados, que se deixem cativar por Cristo e que inevitavelmente transmitam esse amor que mudou as suas vidas’. Um coração que hoje é tocado por Deus não será nunca mais o mesmo coração que era ontem. O coração humano que Deus toca fica para sempre marcado e nos impulsiona a sair de si para mostrar ao mundo o amor de Deus”, refletiu Rosa ao g1.
O papa Francisco foi um papa que lutou por uma Igreja próxima de todos, em saída, missionária e portadora da mensagem da esperança. E a esperança da bem-aventurança eterna, que abraça a todos os homens e mulheres sem distinção, convida a todos a todos os corações tocados por deus a converterem seus caminhos e voltarem-se para Deus, para alcançar a plenitude da felicidade no Reino dos Céus
O religioso destacou que o pontífice marcou o seu pontificado com “seu carisma de proximidade com as pessoas”.
“Sempre muito simpático, com sorriso no rosto, sempre brincava quando se deparava com um brasileiro usando a antiga rixa do futebol entre Pelé e Maradona ou recordando o samba brasileiro ao perguntar se cachaça é água. Era a ocasião para dar boas risadas com o Santo Padre”, relembrou.
‘Pedra sobre a qual a Igreja caminhou’
O também médico Eduardo Rosa afirmou que, embora tenha sido do conhecimento de todos que o Santo Padre não estava muito bem de saúde, a notícia de seu falecimento “pegou a todos de surpresa”.
“No dia anterior à sua morte [20 de abril], o domingo de Páscoa, ele fez questão de aparecer para o mundo. Sua voz ofegante pronunciou poucas palavras: ‘Feliz Páscoa e a bênção Urbi et orbi’. Foi seu último presente ao abraçar o mundo inteiro pronunciando esta bênção que alcança até os confins do mundo. Ele amava o povo de Deus, e, ainda não recuperado completamente da última internação, pudemos vê-lo passando pelo meio de nós na Praça São Pedro após a sua última bênção”, destacou ao g1.
Nesta quarta-feira (23), Eduardo Rosa esteve presente nas homenagens públicas de adeus ao papa Francisco na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Segundo ele, o turismo, em Roma, já estava vivendo dias de lotação devido ao clima mais ameno do início da primavera deste ano jubilar.
“Mas, no próprio dia do falecimento do papa, pudemos ver a quantidade de pessoas nas ruas em direção ao Vaticano aumentando a cada hora que passava”, declarou ao g1.
“Fomos em um pequeno grupo do Collegio Capranica à Basílica. A fila da multidão já dá voltas na grande praça do Vaticano e, dentro da Basílica, fiéis rezam e missas são celebradas por diversos bispos e padres”, completou.
Ao Papa Francisco, hoje, agradecemos pelos 12 anos sendo Pedro, a pedra sobre a qual a Igreja caminhou pelo mundo em momentos de grande sofrimento que marcaram seu pontificado. Muito obrigado, Papa Francisco! ‘Dai-lhe, Senhor, o descanso eterno, e brilhe para ele a vossa luz. Que descanse em paz. Amém’
Funeral
“A cidade de Roma já estava muito cheia por conta do turismo secular somado ao turismo religioso deste ano jubilar. Ainda muita gente chegaria para o Jubileu dos Adolescentes que aconteceria no próximo final de semana. E agora soma-se o fato do funeral do papa Francisco que acontecerá até o sábado [26] de manhã”, disse Eduardo Rosa ao g1.
“Tem muita gente nas ruas de Roma, e a cada momento chega mais. Perto do Vaticano já está mais difícil para andar. E quem deseja entrar na Basílica de São Pedro para se despedir do Papa Francisco deve enfrentar com muita paciência uma fila. Já ontem [23] a fila da multidão dava algumas voltas na Praça São Pedro. Alguns amigos meus conseguiram entrar na Basílica somente no meio da madrugada para rezar pelo papa”, detalhou o médico e seminarista.
“A sensação é que vivemos um evento histórico de fato. Sentimos muito a perda do papa Francisco”, lamentou.
“As visitas estão acontecendo em um clima muito tranquilo. Quem entra na Basílica tem a oportunidade de visitar o Santo Padre rapidamente e rezar pelo seu descanso. Ontem [23], no primeiro dia que o corpo do papa Francisco estava na Basílica para a visitação do povo, fui rezar pelo descanso do papa Francisco com alguns padres do Collegio Capranica. Foi muito bonito, enquanto estávamos na fila, começamos a rezar o Santo Rosário e os fiéis à nossa volta aos poucos começaram a participar conosco da oração pelo papa”, finalizou Eduardo Rosa ao g1.
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