Da lama ao gabinete: um ano após tragédia no RS, cão Arroio é mascote e atração em Chapecó

Cão Arroio ganhou um lar na sede da prefeitura de Chapecó após ser resgatado nos escombros deixados pela tragédia climática em Arroio do Meio, no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul. – Foto: Montagem/ND
Em meio aos escombros, à lama e à tristeza que marcaram a maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul, no fim de abril e início de maio de 2024, uma história de esperança nasceu: o cão Arroio se tornou símbolo da reconstrução e da esperança.
De um terreno devastado no município de Arroio do Meio, no Vale do Taquari, surgiu Arroio — o vira-lata de porte grande que, perdido, molhado e faminto, encontrou uma nova chance de vida e se tornou exemplo da resiliência do povo gaúcho.

Hoje, quase um ano depois da tragédia climática que deixou rastros de destruição, ele é mais que um sobrevivente: virou símbolo de amor e reconstrução e vive repleto de amor e cuidados na sede da Prefeitura de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina.
Cão Arroio: um resgate entre a destruição
Em maio de 2024, Chapecó “adotou” Arroio do Meio como cidade-irmã, levando ajuda humanitária, voluntários e maquinário para colaborar na reconstrução. O município ficou destruído, debaixo de lama e escombros.
Cão Arroio foi encontrado pela primeira-dama, Fabiana Rodrigues, sozinho em meio à lama. – Foto: Arquivo Pessoal/ND
Cerca de 30 veículos — incluindo caminhões-caçamba, caminhões-pipa, retroescavadeiras, escavadeiras hidráulicas e patrolas — partiram rumo ao Vale do Taquari. Além dos equipamentos, seguiram caminhões com toneladas de doações e equipes prontas para acolher as vítimas.
Entre tantas histórias de dor e superação, uma marcou especialmente a primeira-dama de Chapecó, Fabiana Matte Rodrigues. Durante o trabalho de auxílio, enquanto visitavam abrigos e entregavam brinquedos para crianças desabrigadas, a equipe encontrou Arroio e mais dois cães abandonados.
“Estavam molhados, sujos e com fome. Conseguimos aos poucos chegar perto deles e resgatá-los”, relembra Fabiana.
Arroio foi resgatado em meio à lama e aos escombros em Arroio do Meio. – Foto: Arquivo Pessoal/ND
Sem sinal de seus antigos donos, os três cães foram levados a Chapecó. Dois foram adotados por famílias da cidade. Um deles, o cão Arroio, ficou com o prefeito João Rodrigues, a primeira-dama e suas filhas Carol e Maria Paula.
Um novo lar e uma nova função
Hoje, o cão Arroio mora na sede da Prefeitura de Chapecó, onde virou parte do “time” de servidores. Ele circula livremente pelos corredores, ganha carinho, petiscos e atenção diária.
Servidores, visitantes e qualquer pessoa que passe pelo prédio sempre quer conhecer o “recepcionista de quatro patas” da cidade.
“Cada um que chega na prefeitura, faz um cafuné, serve um petisco. Os servidores auxiliam nos cuidados, levam para passear, dão água e comida. As pessoas que visitam a prefeitura também pedem por ele e ficam felizes em conhecer a história”, enfatiza a primeira-dama.
Cão Arroio ganhou um lar e muito amor. – Foto: Caroline Figueiredo/ND
“Ele mora aqui conosco no gabinete. Não incomoda ninguém, muito pelo contrário: traz alegria. Tornou-se um integrante do nosso governo”, conta o prefeito João Rodrigues.
As despesas do cão Arroio, incluindo alimentação, veterinário e banhos semanais, são custeadas pela família do prefeito, incluindo as duas filhas, que também ajudam nos cuidados com o cão.
Sempre que possível, ele também faz visitas a espaços públicos, como creches e a Cidade do Idoso, levando ainda mais afeto por onde passa.
Cão Arroio tem acesso livre na prefeitura e até fila uns petiscos no gabinete do prefeito João Rodrigues. – Foto: Caroline Figueiredo/ND
Um símbolo de cuidado e respeito
Mais do que um gesto pessoal, a adoção do cão Arroio reflete uma política pública em Chapecó. A cidade mantém o NAPA (Núcleo de Atenção aos Pequenos Animais), um programa voltado para o cuidado e proteção animal.
Segundo João Rodrigues, a história do cão Arroio simboliza o respeito e a atenção que a cidade tem pelos animais em situação de vulnerabilidade.
“Arroio faz parte da nossa história. Ele é integrante da família chapecoense”, afirma o prefeito.
Cão Arroio ganhou o coração do prefeito e da primeira-dama e também de todos os Chapecoenses. – Foto: Arquivo Pessoal/ND
Conheça o município de Arroio do Meio, adotado por Chapecó:
Arroio do Meio tem 22 mil habitantes e 1,4 mil pessoas tiveram que sair de casa após a cheia do rio Taquari, no fim de abril e início de maio de 2024. A cidade faz divisa com Capitão, Colinas, Estrela, Lajeado, Marques de Souza, Roca Sales, Travesseiro e Encantado.

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Arroio do Meio tem 22 mil habitantes e 1,4 mil pessoas tiveram que sair de casa após a cheia do rio Taquari. – Daniel Braga/PMC/Reprodução/ND

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O município gaúcho de Arroio do Meio fica no interior do Rio Grande do Sul, no Vale do Rio Taquari. Distante 126 km da capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. – Daniel Braga/PMC/Reprodução/ND

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O prefeito de Chapecó, João Rodrigues, acompanhou o trabalho em Arroio do Meio – Prefeitura de Chapecó/Divulgação/ND

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A equipe da NDTV de Chapecó também acompanhou o trabalho dos voluntários e moradores na reconstrução do município gaúcho – Geovan Petry/ND

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A Defesa Civil esteve em Arroio do Meio/RS para atender as necessidades do município atingido pelas cheias que devastaram o Rio Grande do Sul em 2024. – Daniel Braga/PMC/Reprodução/ND

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Chapecó adotou Arroio do Meio para auxiliar na reconstrução – Prefeitura de Arroio do Meio/Divulgação/ND

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Arroio do Meio foi um dos municípios afetados pelas chuvas no Rio Grande do Sul no fim de abril e início de maio de 2024. – Prefeitura de Arroio do Meio/Divulgação/ND

O município gaúcho de Arroio do Meio fica no interior do Rio Grande do Sul, no Vale do Rio Taquari. Distante 126 km da capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

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