
O Palácio Gustavo Capanema, um dos maiores ícones da arquitetura moderna no Brasil, reabre suas portas ao público no próximo dia 20 após uma grandiosa reforma de R$ 84,3 milhões. Localizado no Rio de Janeiro, o edifício foi projetado entre 1936 e 1945 por um coletivo de arquitetos chefiado por Lúcio Costa e se tornou um marco da modernidade na arquitetura brasileira. A reforma, gerida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), restaurou as características originais do palácio e adaptou suas instalações para o século XXI, permitindo que o público redescubra sua importância histórica e cultural.

Foto: André Klotz
Originalmente construído para abrigar o Ministério da Educação e Saúde Pública no governo de Getúlio Vargas, o Palácio Capanema tem esse nome em homenagem a Gustavo Capanema, o ministro responsável por articular a mudança no projeto inicial. Capanema convenceu Vargas a abandonar um projeto conservador e, em seu lugar, apoiar a criação de um edifício moderno e ousado, que refletisse as tendências vanguardistas da arquitetura europeia, mas com um olhar atento às especificidades brasileiras.
Para isso, Capanema reuniu um time de jovens arquitetos de destaque, como Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Jorge Moreira e Ernani Vasconcelos. Juntos, eles transformaram o palácio em uma obra que desafiava os padrões tradicionais da época, integrando ideias inovadoras e o espírito do modernismo. A consultoria do arquiteto Le Corbusier, um dos principais nomes do movimento moderno, também foi determinante no projeto.
Conceitos modernistas
O Palácio Capanema é um exemplo clássico da aplicação dos princípios do modernismo, com a utilização de pilotis, fachada envidraçada e a planta livre, características que transformaram a maneira como os edifícios seriam projetados no Brasil. O uso do concreto armado possibilitou a criação de espaços abertos, sem a necessidade de paredes divisórias internas. Esses conceitos não só definiram o edifício, mas também influenciaram a arquitetura brasileira por décadas.
Além da inovação arquitetônica, o palácio se destaca por sua integração com as artes. Candido Portinari, um dos maiores nomes da pintura brasileira, criou murais monumentais para a recepção e a sala de reuniões, além de painéis de azulejos que decoram o térreo. O renomado paisagista Roberto Burle Marx, por sua vez, foi o responsável pelos jardins que embelezam o edifício, criando uma harmonia entre a natureza e a construção.

Painel de Candido Portinari | Foto: André Klotz

Jardim de Burle Marx | Foto: André Klotz
Com a reabertura, o Palácio Gustavo Capanema, que por anos esteve abandonado e corria o risco de ser leiloado, passa a ser um centro cultural, abrigando diversos órgãos ligados ao Ministério da Cultura, como o Iphan e a Funarte. O edifício se tornará um espaço para exposições, eventos literários e encontros políticos, com novas áreas disponíveis ao público, como o mezanino, o auditório, a Biblioteca Euclides da Cunha, e até a cobertura, que oferece uma vista panorâmica da Baía de Guanabara.
Uma das maiores novidades será a criação de um restaurante no topo do palácio, que promete se tornar uma das atrações mais disputadas da cidade. O Ministério da Cultura, responsável pela gestão do palácio desde 2023, busca revitalizar o local e transformá-lo em um espaço dinâmico para a cultura brasileira.
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