A atuação do Brasil no combate à gripe aviária foi exaltada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, nesta quarta-feira (11), durante o 2º Brasília Summit, promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais. Ele também destacou o papel estratégico do agronegócio nacional. “Ninguém no mundo conseguiu enfrentar a gripe aviária com o tamanho de eficiência que o Brasil demonstrou”, afirmou.
O evento, realizado no Hotel Brasília Palace, reuniu autoridades, empresários e especialistas dos setores agropecuário e imobiliário para debater o papel do Brasil na segurança alimentar global e o mercado imobiliário como vetor de desenvolvimento sustentável. O primeiro painel abordou o tema “A força do agro brasileiro na garantia da segurança alimentar”.
Fávaro citou a capacidade técnica e o preparo do setor para evitar que surtos da doença afetassem a produção nacional. “Esse vírus circula em granjas comerciais há pelo menos 19 anos e só conseguiu entrar em uma granja brasileira há pouco mais de 20 dias. Levamos dois anos desde o primeiro caso em animal silvestre até o primeiro caso em granja comercial. Enquanto outros países tiveram surtos em granjas em 15, 20, 30 dias após o primeiro caso em silvestres, o Brasil se preparou e segurou. Foram abatidos 17 mil animais aqui. Para comparação, nos Estados Unidos, a mesma gripe aviária levou ao abate de 170 milhões de aves. Ninguém tem a eficiência sanitária do Brasil.”
Foto: Rayra Paiva
O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, destacou os números do setor. “O agro brasileiro representa, no mínimo, 52% de tudo que se exporta nesse país, gera um terço dos empregos e quase 30% do nosso PIB. Isso é motivo de orgulho, mas também de responsabilidade: precisamos garantir que esse alimento chegue à mesa de quem mais precisa.”
Já o deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, fez críticas ao aumento da carga tributária e defendeu cortes no setor público. “Quando a gente fala de aumento de impostos, a gente fala de diminuição de crescimento econômico, em um momento em que a gente precisa do exemplo. E o exemplo que nós temos cobrado sempre é cortar na carne.”
Roberto Rodrigues, que comandou o Ministério da Agricultura entre 2003 e 2007, fez um alerta sobre a necessidade de enfrentar práticas ilegais que prejudicam a imagem do Brasil no exterior. “Precisamos, desesperadamente, acabar com o que é ilegal: desmatamento, invasão de áreas protegidas e incêndios criminosos. Só eliminando essas práticas ilegais conseguiremos acabar com a imagem negativa que é usada contra o Brasil.”
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