Quem vai pagar a conta? Ajuste em cima de pobres não é justo, diz líder do PT

 
Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara dos Deputados – Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Enquanto a Federação União Progressista chamou uma coletiva de imprensa para aumentar o coro dos insatisfeitos com o aumento de impostos proposto pelo governo para cumprir a meta fiscal, em virtude da rejeição ao aumento do IOF, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, disse estar entusiasmado com a chegada de uma nova MP ao Congresso, e que não dá para aceitar que o ajuste seja feito em cima dos pobres.
Alinhado ao discurso de Fernando Haddad, que ao sinalizar os principais pontos da Medida Provisória que o governo vai enviar ao congresso, disse que as propostas iriam atingir a “cobertura”, ou seja, a população de maior renda; e não penalizar quem ganha menos mais uma vez.

Lindbergh afirmou que o debate poderá ser feito com calma, já que o governo terá quatro meses para discutir as medidas, e criticou a oposiçãqo por se colocar contra o pacote. “É fácil o discurso do ajuste quando sai em cima dos pobres. Na hora H, quando toca em setores expressivos, ninguém quer dar a sua contribuição”, alfinetou o líder do PT, se referindo às críticas.
Lindbergh refutou a acusação dos partidos de que o governo estaria aumentando impostos, ao se referir a coletiva em que PP e União engrossaram o coro contra o que chamaram de aumento de impostos no Brasil. O presidente do União leu um manifesto em que o partido apontou a escalada do desequilíbrio fiscal como uma rota sem saída.
Discussão entre Haddad e Nikolas termina em confusão – Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados
“A cada novo rombo no orçamento, o governo sobrecarrega a sociedade e os que produzem com mais impostos.Depois, gasta mais. E volta com mais impostos. E esse ciclo da taxação sem fim só aumenta e o Brasil real só perde”, dizia o documento lido no Salão Verde pelos caciques da União Progressista.
“Taxar, taxar, taxar não pode e não será nunca a saída. É preciso cortar despesas.Ao invés de ostentar luxos sustentados pelo combalido bolso dos brasileiros, o governo deveria ser o primeiro exemplo de austeridade”, completou o documento. O União Progressista e líderes da federação anunciaram que vão discutir com as bancadas no Senado e Câmara para fechar questão em torno de qualquer proposta que trate de aumento de impostos.
Novo texto com aumento de impostos sofre críticas antes mesmo de chegar ao Congresso
O texto nem chegou ao Congresso, mas já despertou críticas desde o momento em que o ministro Fernando Haddad sinalizou que poderia mexer na tributação das apostas esportivas, as bets; e acabar com a isenção sobre LCI e LCA, títulos de renda fixa.
Os investimentos são papéis de dívida privada emitidos por bancos. O valor levantado é usado para realizar empréstimos agrícolas ou imobiliários. Esses títulos rendem juros ao investidor e o fim da isenção não valeria para os títulos já emitidos. Setores como o agro se levantaram contra a tributação desde o início da semana.
 

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