Neblina densa e escura é registrada em Belém durante onda de calor nacional: ‘efeito do El Niño’, diz especialista


Imagens registraram o fenômeno em bairros da área central da cidade. De acordo com especialista, céu sem nuvens e pouca chuva provoca alta de calor e ‘inversão térmica’, que provoca a aparição de neblina. Neblina densa e escura assustou moradores na manhã desta quarta-feira (23), em Belém
Uma neblina densa e escura chamou a atenção dos moradores de Belém na manhã de quarta-feira (23), dia em que são esperadas ondas de calor intensas nacionalmente.
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Imagens registraram o fenômeno em bairros da área central da cidade (veja acima). Com a massa de ar acinzentada, populares também reclamaram de um cheiro forte de fumaça, e cogitaram ser uma possível consequência do incêndio no centro comercial de Belém, que segue sendo combatido pelos bombeiros desde terça-feira (22), mas já em etapa de rescaldo.
“Não, porque o vento vai na direção inversa. Está mais com cara de névoa seca, formada por poluição mesmo. Não tem uma nuvem no céu, umidade do ar deve tá mais baixa. Fenômeno das grandes metrópoles”, pontuou uma das moradoras sobre a neblina.
Neblina acinzentada foi registrada em Belém na manhã desta quarta (23).
Christian Emanuel / TV Liberal
El Niño
Neste período de céu quase sem nuvens e pouca chuva, a máxima temperatura do dia ocorre por volta das 15 horas, conforme explica o meteorologista Sidney Abreu. Com base nisso, a máxima temperatura registrada nas estações Convencionais do INMET na quarta-feira (23) foi 35.6°C, em Itaituba, região sudoeste do Pará. Já nas estações Automáticas, o maior registro foi 38.2°C em Santana do Araguaia, sudeste do Estado. A sensação térmica das altas temperaturas no estado pode chegar em torno dos 40°C ou até mais em algumas localidades.
A neblina, de acordo com o especialista, é consequência do El Niño, que consiste em um período em que a cobertura de nuvem é menor e/ou menos densa que o normal. O céu azul, com ausência ou poucas nuvens, prevalece por várias horas durante o dia, inclusive à noite. Isso implica no déficit de chuva, nas altas temperaturas da tarde acima do normal, onde a radiação solar chega de forma mais intensa na superfície após ultrapassar essa atmosfera mais “limpa”.
“Com o céu claro durante a noite e madrugada ocorre um resfriamento relativo, maior que o habitual, do ar nos primeiros metros acima da superfície (inversão térmica); e nas primeiras horas da manhã quando é registrada a mínima temperatura do ar ao longo do dia, esse ar mais frio e mais denso concentra a poluição nessa camada de ar e assim pode ser observado o aspecto acinzentado”, explica Sidney Abreu.
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